Segundo a Quebrar o Silêncio, no total, 310 homens e rapazes procuraram apoio durante os três anos e meio de atividade da associação.

A associação começa também a observar um aumento no número de jovens que procuram ajuda.

“Apesar de a maioria dos nossos casos serem homens na casa dos 35 aos 40 anos, começamos a ver, cada vez mais, jovens na casa dos 20 que procuram apoio. São ainda a minoria é verdade, mas para nós este é um aumento simbólico, pois significa que estamos a chegar a mais sobreviventes”, avança, em comunicado, o fundador da associação, Ângelo Fernandes.

A associação registou também um aumento nos pedidos de apoio por parte de famílias e pessoas amigas: oito novos casos mensais, um aumento de 30% em relação ao ano de 2019.

“Ainda é muito cedo para compreender se o aumento gradual de novos pedidos se deve à pandemia da covid-19 e ao confinamento, mas sabemos que alguns dos novos casos prendem-se realmente com as atuais circunstâncias”, refere Ângelo Fernandes.

O mesmo responsável afirma que “para muitos homens o trabalho e atividades fora de casa ajudam-nos a gerir o impacto traumático do abuso”, salientando que “são estratégias que, segundo os próprios homens, os ajudam a manterem-se ocupados e a evitar que a sua mente não seja assaltada por ‘flashbacks’ do abuso, memórias indesejadas, pensamentos cíclicos e sentimentos dolorosos”.

“Estar confinado em casa impede os homens de recorrerem a estas estratégias, o que os torna mais suscetíveis e vulneráveis. Para alguns homens, este é um cenário que potencia sintomatologia depressiva e o aumento significativo de ansiedade, chegando a ficar em crise”, argumenta.

Desde o início da pandemia que a Quebrar o Silêncio tem apoio psicológico por videochamada.

Além do apoio prestado aos homens e rapazes, a Quebrar o Silêncio está atualmente a preparar uma formação para profissionais na região do Alentejo sobre “Violência sexual contra homens e rapazes - teoria e intervenção”.

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