Na terça-feira, e depois de ser público que Joacine Katar Moreira, deputada única do Livre, apresentou uma proposta para a devolução de património existente nos museus portugueses aos países de origem nas antigas colónias de Portugal, o deputado único do Chega propôs a devolução da deputada ao seu país de origem, o que foi condenado por várias entidades e levou o PS a anunciar hoje um voto de condenação formal por “xenofobia” a André Ventura.

As declarações (nas redes sociais) de André Ventura devem ser “expressamente reprovadas por todos e todas as que pretendem viver em liberdade, respeitando a dignidade de qualquer pessoa. O discurso político é o campo para se discutirem ideias, propostas e argumentos, mas não pode ser nunca o palco para a disseminação de ideais discriminatórios, racistas e xenófobos”, diz o SOS Racismo em comunicado.

No mesmo documento, a associação diz ainda que nas últimas semanas soube que vários elementos de grupos nazis se infiltraram no Chega “e que foram promovidos a dirigentes” e que “em eventos públicos do Chega os seus membros e apoiantes recorrem a saudações nazis para se manifestarem”.

Entende a associação, como expressa no comunicado, que o discurso de André Ventura não o responsabiliza apenas a si, mas a quem não o condenar, “de forma expressa e sem nenhuma reserva”, e sobretudo aos órgãos de soberania. “Qualquer silêncio sobre o teor destas declarações, intenções e outros deste caráter, não é apenas condescendência nem conivência, mas cumplicidade na sua proliferação e normalização”.

O SOS Racismo apela para um repúdio generalizado das declarações “extremistas e racistas” de André Ventura, manifesta apoio a Joacine Moreira e diz que irá “apresentar o caso aos órgãos e instâncias competentes”.