"Estamos em Castelo Branco para mais um ciclo 'Ouvir Portugal' e estive na rua a contactar com as pessoas, a desafiá-las para partilharem connosco as suas preocupações e prioridades para o país, tendo em conta, particularmente, as questões do interior que são uma das prioridades do CDS", afirmou Assunção Cristas.
A líder centrista, falava em Castelo Branco, onde se deslocou para participar na quinta sessão da iniciativa "Ouvir Portugal - Portugal visto de dentro", promovida pelo seu partido.
"Estamos a tomar notas para termos um grande programa eleitoral preparado com todos aqueles que queiram nele participar. Venho ouvir as pessoas porque no CDS, achamos que não temos as certezas no nosso bolso. Nada substitui o poder ouvir na primeira pessoa, aquilo que quem aqui vive tem para nos dizer", sublinhou.
A falta de iniciativa económica, além da que já existe nas regiões do interior e as questões da demografia, são para a presidente do CDS-PP duas questões centrais quando se fala das regiões do interior.
"Na minha perspetiva, a pedra de toque de tudo isto é criar condições para que, de facto, o interior seja atrativo do ponto de vista económico. Por isso, já propusemos um estatuto de beneficio fiscal para o interior (...). O CDS já o propôs no Orçamento de Estado, foi chumbado, mas continuará a propor (...)" disse.
Já a presidente da Associação de Apoio às Vítimas de Pedrógão Grande, Nádia Piazza, que participou no evento via 'Skype', explicou que foi preciso haver uma catástrofe como a dos fogos de Pedrógão Grande e, posteriormente, dos fogos de outubro de 2017, para colocar os problemas da interioridade na agenda política.
"Ainda há vida no interior. Foi preciso uma catástrofe para que também nós falássemos e fizéssemos ouvir a nossa voz. Até aqui, também nós éramos culpados. Mas, este também é um problema da parte de quem decide", frisou.
Defendeu um "programa acelerado" para o interior e alertou para o facto de se estar a "virar a cara" a mais de dois terços do país.
"Não resolvendo o problema do interior, vamos criar um problema para os grandes centros urbanos", disse.
Nádia Piazza sublinhou a ausência, ao longo dos anos, de políticas públicas sérias no país.
"A democracia faz-se com os partidos, mas é bom que os partidos não se esqueçam disso", concluiu.
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