“É algo que me preocupa muito e deve preocupar-nos a todos. (…) É um problema gravíssimo que passa pelo nosso comportamento diário. Apanhámos aqui pauzinhos de cotonetes que normalmente não temos ideia que vêm parar às praias, ao mar, provavelmente ninguém os vem atirar na praia, mas a verdade é que quando se põem numa sanita e descarrega o autoclismo eles depois não passam nas limpezas das ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] e acabam por vir parar ao mar”, afirmou Assunção Cristas.

A líder centrista alertou também para o “drama” da contaminação dos alimentos consumidos pela população.

“O drama é que, depois, [o plástico] vai parar ao mar, os peixes acabam por consumir também estes microplásticos e ou morrem ou, se sobrevivem, acabam por entrar na nossa cadeia alimentar e nós próprios, sem saber, acabamos por estar a comer plástico também”, disse.

A ação de boas práticas ambientais decorreu na praia da Conceição, em Cascais, uma das praias do concelho que dispõe de um grupo de voluntários que diariamente faz a limpeza do areal.

“Quando chegámos disseram-nos que [os voluntários] já tinham passado e haveria pouco para recolher, mas basta olhar para o que recolhemos para perceber que, de facto, isto é um trabalho muito minucioso porque mesmo quando parece que a praia está limpa, e está limpa, ainda há mais alguma coisa para apanhar”, afirmou a líder centrista, deixando o apelo para que todos se empenhem na manutenção das praias limpas.

“A verdade é que a poluição que aparece nas nossas praias ou é depositada aqui pelas pessoas ou é nas suas casas e noutros locais e acaba por ser trazida pelas marés para as praias. Passa muito pelo nosso comportamento, pela sensibilização do que são os nossos comportamentos na praia e fora da praia”, disse.