“Compreendo muito bem as razões dos professores e compreendo muito bem que foram aldrabados, foram enganados no último Orçamento do Estado, claramente, por parte do Governo”, afirmou hoje a líder centrista, em entrevista à RTP1.

Assunção Cristas considerou que, no que diz respeito aos professores, que reclamam a contagem da totalidade do tempo de serviço (nove anos, quatro meses e dois dias), o Governo e o primeiro-ministro, António Costa, têm “andado muito mal”.

“O primeiro-ministro não tem razão, não consegue dialogar. É um primeiro-ministro que não mostra competência. É um político hábil, mas é um governante muito incompetente, nestas matérias e noutras matérias”, afirmou.

A negociação para o Orçamento de 2018 “prolongou-se” e “houve um acordo” que deixou os docentes “mais ou menos tranquilos”, mas “depois perceberam que era um logro”, referiu Cristas.

Para a presidente do CDS, este é “um padrão da atuação” do Governo do PS, em áreas como a educação, a saúde, a ferrovia ou dos investimentos públicos.

Questionada sobre se considera que os professores têm razão, Assunção Cristas defendeu a necessidade de “conversar para perceber o que é possível e em que ‘timing’”.

Hoje, o primeiro-ministro e o líder da Fenprof, Mário Nogueira, falaram durante mais de 15 minutos, à margem de uma visita de António Costa à escola básica e secundária de Paredes de Coura, mas no final os dois admitiram que não foi possível alcançar um acordo.

“Com um Governo que não conta o tempo completo dos professores, mesmo negociando o prazo e o calendário, não há acordo possível”, afirmou Mário Nogueira aos jornalistas.

Já o primeiro-ministro disse que “com um dirigente sindical tão intransigente, relativamente à proposta que o Governo apresentou, não há acordo possível”.