“As pessoas estão a ser prejudicadas todos os dias, muitas lojas já fecharam, outras estão prestes a fechar”, referiu a líder centrista, lembrando que o CDS, em 2017, “fez aprovar por unanimidade uma moção que recomendava à câmara isentar as taxas todas dos espaços públicos e de publicidade aos comerciantes”, algo que ainda não aconteceu.
Sabendo que muitos estabelecimentos comerciais estão tapados por causa da obra, Assunção Cristas reiterou que irá insistir numa isenção retroativa a julho de 2017, momento em que colocaram os tapumes na zona.
“Nós vamos insistir junto da câmara. Propor que haja isenção retroativa ao momento em que obra começou, ao momento em que foram colocados os tapumes, ou seja, em julho de 2017”, contou.
As obras para alargamento do cais da estação de Arroios começaram há 18 meses e já deviam ter terminado, mas estão atrasadas e a condicionar o comércio local.
A líder democrata-cristã aproveitou também para lançar algumas acusações ao Governo de António Costa, considerando que este não cuida “desta situação em concreto, que está a afetar uma das zonas emblemáticas da cidade, que, na verdade, só vem para a rua para fazer anúncios da expansão do Metro de Lisboa”.
“É responsabilidade do Governo. Como é evidente, para cada um destes casos haverá circunstâncias que têm de ser apuradas. A nossa preocupação é garantir que essa empresa pública - o Metro de Lisboa, e que responde diretamente ao Governo - também é responsável pelos danos que causa a toda a uma rede, neste caso, de comércio”, atirou.
Cristas denunciou ainda falta de planeamento por parte da Câmara Municipal de Lisboa pelo atraso dos trabalhos na estação de Arroios, lembrando que, na semana passada, a empresa rescindiu o contrato com o empreiteiro responsável pela obra.
“Creio que é responsabilidade direta da própria câmara, já não é só do metro. É a câmara que tem a obrigação de se articular com o Metro de Lisboa”, disse, criticando o autarca lisboeta, Fernando Medina, por falta de “tempo para vir à rua falar com os comerciantes, inteirar-se daquilo que eles estão a viver”.
Assunção Cristas recordou que o CDS-PP vem acompanhando o tema das obras do metro de Lisboa, detetando várias preocupações de moradores e comerciantes.
A presidente do CDS-PP aproveitou para reclamar o descongelamento das rendas na Área Metropolitana de Lisboa, usando Arroios como exemplo.
“Esta zona de cidade foi perdendo população. População jovem e famílias com filhos, que deixaram de habitar”, contou Assunção Cristas, lembrando que “há muito trabalho para se fazer sobre as entidades públicas e descongelamento das rendas”, de modo a “poder rejuvenescer a cidade”.
A vereadora da oposição da Câmara de Lisboa defendeu ainda que a cidade precisa de muita atenção por parte da autarquia, recordando que na zona ocidental há uma “população enorme sem acesso ao metro”, e que a expansão poderia “retirar parte dos 400 mil automóveis que todos os dias entram na cidade”.
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