James Bond, o agente secreto interpretado pelo ator Sean Connery, é apontado como um dos responsáveis por transformar a Aston Martin, carros de luxo feito à mão em Terras de Sua Majestade, numa marca conhecida, desejada e respeitada globalmente, ajudando-a, assim, a tornar-se num objeto de culto.

Em “Goldfinger”, 1964, o modelo DB5, icónico quatro rodas saltou da tela do ecrã para os olhos de todos os que apreciam algo mais que só volantes, rodas, pedais, mudanças e motores.

Marek Reichman, responsável criativo e vice-presidente executivo da Aston Martin Lagonda, esteve na Web Summit para falar da “beleza”, “autenticidade”, da “singularidade” deste “state of the art” deslizante de luxo.

À boleia do agente secreto inglês façamos, então, um passeio guiado pela voz de quem conhece por dentro esta marca única.

Nascida em 1913, a Aston Martin contabiliza 105 anos de carros manufaturados.

Moldados à mão e debaixo de um olhar minucioso e cuidado com a mestria da arte e a perícia do design que só estes dois sentidos conseguem produzir, “demora 200 horas” a construir a máquina que leva a assinatura Aston Martin, assinalou. Algo que não está ao alcance de nenhuma máquina ou robótica.

O tempo despendido e o engenho manual empregue nesta “escultura viva” em que “a simplicidade é a chave” faz com que somente tenham visto a luz do dia “85 mil” carros desde o nascimento da marca. Só para termos uma noção da peculiaridade da produção a “Toyota faz 8 mil por dia”, comparou Marek Reichman.

Empregando “3 mil trabalhadores a nível mundial”, Marek regozija-se com um facto que diz ser diferenciador: “Somos pequenos e apaixonados”, garantiu.

A casa que produz duas marcas - Aston Martin e Lagonda - ostenta uma particularidade que deixa orgulhoso, não só quem desenha e constrói, como também quem conduz, deixando um rasto de inveja em quem só o vê passar.

Entre os modelos que revisitam a história e outros que entram para a história

Este é um brinquedo especial e que acompanha, por norma, o dono pela vida. “95 % dos carros ainda existem”, revela. “Ninguém o deita fora. Ou está num museu, ou usa-o numa base diária, ou guarda”. Um tesouro que pode valer até 22,5 milhões de dólares, o preço de DBR de 1956, modelo em que só existem “cinco no mundo”.

Chegados a este ponto, é tempo de parar com os números. Entretemos, pois, portas dentro destas máquinas únicas que ostentam como slogan “Pelo amor da beleza” e aceleremos, sem sair do espaço reservado à Web Summit.

Modelos, há muitos. No portfolio da icónica marca de luxo há uns que revisitam a história, como o DBS 59 que recupera o vencedor da edição de Le Mans de 1959. Outros prometem fazer história.

Marek Reichman dá como exemplo carros “únicos” em que todos transportam “beleza no coração”. Mete a primeira e acelera. Pedal a fundo descreve, um a um, os modelos: o BD11, “elegante e sereno”, que seria um objeto de desejo por parte de “Sean Connery ou Daniel Craig”, garante. O Vantage, que “é um predador (ilustrando a apresentação com a imagem de um tubarão e um filme de um desejo “selvagem”)”, sendo uma máquina que se “leva para as corridas”, exemplifica. O DBS Superlegerra é a “brutalidade” em estado puro. “É o carro do futuro”, antecipa. Finalmente, o DBX Concept, carros especiais que saem da fábrica de Gales: ZagatosVulcan e Valkyrie e que “esgotam de imediato”.

Estamos a falar de aceleração pura e dura. Por isso não é de estranhar a associação do luxo às corridas automóveis, entre elas a mais popular: a Fórmula 1. “Com a Red Bull é um dos mais magníficos carros feitos”, elogia.

Um luxo eletrizante

Num percurso à volta do passado, presente e futuro de modelos, com a duração de 15 minutos, tantos quantos Marek Reichman esteve em palco, assume que aprecia o som do V8. Diz mesmo que ninguém se atreva a retirar-lhe esse prazer. Concede, no entanto, olhar para o outro lado moeda. “Entendo o futuro e a necessidade do silêncio”. Uma ausência de som que fará viajar à velocidade da luz os carros elétricos da marca britânica, onde se incluirá a Lagonda, a primeira marca de luxo de carros sem recorrer ao motor de combustão. “É como ter duas sinfonias, com pontos altos e baixos”, ilustra, deixando no ar uma referência à nova fábrica em St. Athan, no País de Gales, a “casa da eletrificação”, como é chamada este espaço sumptuoso de última geração que servirá de centro de excelência de produção dos elétricos de luxo de alta performance.

Com a frase de “a imaginação é mais importante do que o conhecimento” de Albert Einstein, terminou esta viagem a bordo da marca Aston Martin e Lagonda. Uma rota pelo luxo e pela autenticidade das obras-primas feitas à mão que conquista o mundo e já levou à saída do centro de design das Ilhas Britânicas para Xangai, na China.

Esperem. Não é tudo. A Aston Martin também produz barcos. Um luxo flutuante feito pela palma das mãos.

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