O incidente deu-se no troço Muxungué-Inchope, junto à principal estrada de Moçambique.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, que confirmou o novo ataque ocorrido cerca das 08:00 (07:00 de Lisboa) de terça-feira, voltou a atribuir a violência à autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente liderado pelo general da ex-guerrilha Mariano Nhongo.

A viatura e os passageiros tinham pernoitado em Muxungué (Sofala) e foram emboscados 30 quilómetros a norte da vila, depois de integrarem a coluna com escolta obrigatória para civis.

“Acabávamos de integrar a primeira coluna do dia e só ouvimos tiros e depois vidros de janelas a rebentarem e os passageiros agitados” contou à Lusa Merciano Almeida, um sobrevivente que viajava no autocarro.

Depois do ataque, prosseguiu, o motorista percorreu a distância de 189 quilómetros para socorrer as vítimas no Hospital Provincial de Chimoio (HPC).

O veículo que fazia a ligação entre Maputo (sul) e Tete (centro) partiu da capital do país na segunda-feira e ficou com várias perfurações de balas nas partes lateral e traseira.

Em declarações hoje à Lusa, Juvenal Chitovele, médico no serviço de urgências no HPC, disse que a única vítima que deu entrada com um quadro clínico grave, alvejado numa coxa, continua estável, estando ainda em observação.

Os restantes quatro pacientes tiveram alta médica.

A Polícia de Sofala assegurou que foram reforçadas medidas de segurança nos troços alvo de ataques a viaturas civis na estrada nacional número um (N1) nos distritos das províncias de Sofala e Manica.

“Ontem, ao longo da N1 no troço Muxungué-Inchope registámos um ataque protagonizado pelos ‘bandidos’ pertencentes à autoproclamada Junta Militar da Renamo” disse Daniel Macuacua, porta-voz do Comando da Polícia de Sofala, adiantando que foi restabelecida a circulação de viaturas e bens na via.

O responsável acrescentou que os atiradores estavam ao longo da via e empunhavam armas do tipo AK-47 quando dispararam contra os veículos.

Os ataques surgem na sequência de outros em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, por onde deambulam guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição), liderados por Mariano Nhongo, da autoproclamada Junta Militar da Renamo e que já mataram, pelo menos, 30 pessoas desde agosto de 2019.