Os trabalhadores da higiene urbana no município de Lisboa vão estar, a partir de hoje e até dia 2 de janeiro, em greve ao trabalho extraordinário, a que se junta uma greve geral de dois dias, amanhã e sexta-feira.
O que está a acontecer?
Os sindicatos justificam a realização da greve com a ausência de respostas do executivo municipal de Lisboa, liderado por Carlos Moedas, aos problemas que afetam o setor da higiene urbana, em particular o cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.
No âmbito dos problemas na higiene urbana em Lisboa, 45,2% das viaturas essenciais à remoção encontram-se inoperacionais, 22,6% da força de trabalho está diminuída fisicamente ou de baixa por acidentes de trabalho e existe um défice de 208 trabalhadores, segundo o STML.
Lisboa não vai ter recolha de lixo?
Não.
A greve vai realizar-se com serviços mínimos, com a realização de 71 circuitos de recolha de lixo nos dias 26, 27 e 28 de dezembro. Apesar disso, os sindicatos perspetivaram “uma grande adesão” à greve, segundo o presidente do STML, Nuno Almeida.Para minimizar os efeitos da greve, a Câmara de Lisboa decidiu implementar um conjunto de medidas:
- Criação de uma equipa de gestão de crise, disponível 24 horas;
- Distribuir contentores de obra, em várias zonas da cidade, para deposição de lixo;
- Pedir aos cidadãos que não coloquem o lixo na rua, sobretudo papel e cartão;
- Apelar aos grandes produtores que façam a sua recolha durante estes dias;
- Colaboração com municípios vizinhos, com possibilidade de utilização de eco-ilhas móveis.
Há também conselhos gerais da Câmara de Lisboa para a população adotar nos dias de greve:
- Minimizar a produção de resíduos;
- Se possível, manter o lixo em casa até que a recolha seja retomada;
- Não colocar o lixo no chão ou à volta dos contentores e ecopontos;
- Acondicionar bem o cartão, permitindo mais espaço dentro do contentor.
Apesar de terem sido decretados os serviços mínimos pelo colégio arbitral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), os sindicatos considerarem que “são serviços mínimos máximos” e representam “uma limitação ao direito à greve”. Assim sendo, tanto o STML como o STAL apresentaram, na segunda-feira, uma contestação junto dos tribunais, com uma reclamação e uma providência cautelar para “anular” ou “minimizar” os serviços mínimos decretado.
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