“Esta é uma medida mitigadora. [Os contentores] Não vão ser suficientes de certeza. A cidade efetivamente vai sofrer o impacto da greve”, disse o diretor da Higiene Urbana da CML, Nuno Vinagre, que falava aos jornalistas na Praça de Londres, onde foi colocado um dos contentores.
Os trabalhadores da higiene urbana em Lisboa, convocaram uma greve geral para 26 e 27 de dezembro, assim como a greve ao trabalho extraordinário, entre o dia de Natal e a véspera de Ano Novo, ou seja, no período de 25 a 31 de dezembro
Segundo o responsável, trata-se de uma medida “que vai minimizar os impactos, mas não vai resolver”, considerando que foi “uma das soluções arranjadas”, após realizado um plano de contingência.
“Nós definimos os circuitos que têm que ser realizados efetivamente, mercados, hospitais, os hotéis dar apoio à restauração e também arranjamos esta solução para os munícipes. Estes 57 pontos de deposição de resíduos. Temos alguns pontos que é só para recicláveis”, disse, lembrando que no pós-Natal é uma altura “em que existe muito material reciclável”.
Entre os contentores, há também aqueles destinados para o lixo orgânico, tendo sido feita uma “divisão uniforme” pela cidade, mas, nesta fase, segundo Nuno Vinagre, foram reforçadas as zonas residenciais, onde irá haver mais produção de resíduos.
O responsável deixou um “apelo especial” à população para que, se pudessem, “mantenham os seus resíduos em casa durante alguns dias para não os colocar na via pública e, no caso extremo, de terem que colocar na via pública, que coloquem os resíduos ensacados”.
Nuno Vinagre afirmou ainda que a câmara de Lisboa teve a solidariedade dos municípios vizinhos, como Cascais, Oeiras, Vila Franca de Xira, a Trata o Lixo e a Valor Sul, que emprestaram contentores para que pudessem ser distribuídos pela cidade, tendo também que alugar a algumas empresas e recorrer à reserva de contentores usados na Jornada Mundial da Juventude.
A capacidade dos contentores varia, entre três e seis metros cúbicos, sendo os maiores de 30 metros cúbicos.
“Todos os dias recolhemos 900 toneladas de resíduos, normalmente no período típico natalício aumenta. A produção de resíduos aumenta, mas também sabemos que há muita gente que sai de Lisboa nesta altura”, disse o responsável, lembrando que no dia seguinte ao Natal “há uma redução”, no entanto, com a chegada da passagem de ano “aumenta e aumenta, muito especialmente, o vidro”.
Em relação à data em que será reposta a normalidade, Nuno Vinagre salientou que a expectativa dos serviços é que a “partir do dia 30, dia 31, os serviços consigam recuperar alguma coisa daquilo que é o sistema de gestão de resíduos, até porque é só greve às horas extraordinárias”.
Os sindicatos responsáveis pela convocação da greve dos trabalhadores da higiene urbana em Lisboa apresentaram na segunda-feira uma providência cautelar para pedir a anulação dos serviços mínimos decretados.
“Vamos contestar junto dos tribunais hoje mesmo. A contestação tem duas vertentes, uma de reclamação e outra com uma providência cautelar. Não sabemos se o tribunal se pronunciará ainda antes do início da greve”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Nuno Almeida, à agência Lusa.
A providência cautelar foi apresentada ao Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa e pretende “anular” ou “minimizar” a decisão do colégio arbitral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), que consideram ser “injusta” quanto aos serviços mínimos decretados no âmbito da greve dos trabalhadores da higiene urbana em Lisboa, indicou o presidente do STML.
Nuno Almeida referiu que tanto a ação judicial como a providência cautelar são apresentadas pelos dois sindicatos responsáveis pela convocação desta greve, nomeadamente o STML e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Na sexta-feira, o colégio arbitral da DGAEP comunicou a decisão relativa aos serviços mínimos decretados para esta greve, determinando a realização de 71 circuitos de recolha de lixo nos dias 26, 27 e 28 de dezembro, envolvendo 167 trabalhadores, entre cantoneiros e condutores de máquinas pesadas e veículos especiais, o que, segundo o STML, representa “cerca de 1/3 do trabalho” que se realiza num dia normal.
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