Se é português e está em Bruxelas envie-nos o seu relato resumido dos acontecimentos para o e-mail conteudos@mail.sapo.pt. Os relatos serão partilhados neste artigo.
"Eu vivo perto de Brugge mas trabalho em Diegem, de onde consigo ver o aeroporto. Ontem mais uma vez apanhei o comboio em direcção a Bruxelas e quando cheguei à estação de Bruxelas Norte um colega de trabalho ligou-me para me avisar do ataque ao aeroporto. Quando saí do comboio em Diegem conseguia ver as ambulâncias e a polícia a passar em direcção ao aeroporto. O trânsito à volta do aeroporto já se encontrava bastante caótico e via pessoas a caminhar com as malas em direcção ao centro da cidade bastante desorientadas...
Depois do ataque à estação de Maelbeek e encerramento de todos os transportes públicos a situação ficou ainda mais confusa pois as pessoas que os usam ficaram sem a possibilidade de voltar às suas casas. Felizmente por volta das 3 horas as camionetas e tram começaram a circular novamente e o serviço de comboio foi restabelecido por volta das 4 horas mas sob enormes medidas de segurança. Se antes eram cerca de 10 agentes por estação agora então seguramente mais de 40.
Hoje ninguém entra nas estações de Bruxelas sem ser revistado e as filas fora das estações são enormes."
Hélder Pereirinha
"Acordei com um telefonema do meu namorado a perguntar se já sabia o que se passava em Bruxelas. Duas bombas tinham explodido no aeroporto. Perplexa, comecei a ver as notícias enquanto me preparava para ir trabalhar. Passado pouco tempo foi anunciada outra explosão, desta vez na estação de metro de Maelbeek, onde passo de metro todas as manhãs. Neste momento ir trabalhar estava fora de questão. Vivo a aproximadamente dez minutos de Maelbeek e a quinze minutos do aeroporto, o barulho das sirenes são constantes e só me sinto segura em casa. As imagens e testemunhos divulgados pelos meios de comunicação belga são assustadores. Mais do que um sentimento de medo e revolta, há uma tristeza enorme."
Telma dos Santos, portuguesa em Bruxelas
"Acordámos sobressaltados em Bruxelas, com mensagens de amigos e familares a perguntar se está tudo bem. A minha mãe e avó estão de visita e tinhamos planeado ir ao centro da cidade esta manhã. A minha mulher foi trabalhar esta manhã e chegou sem sobressaltos à empresa, de onde tem indicações para não sair nem durante a hora de almoço. Estamos seguros, mas assustados e muito preocupados com o que se passa em Bruxelas. Moramos a 2 minutos do Parlamento Europeu e a estação de metro Maelbeek, onde aconteceu a terceira explosão esta manhã após as duas registadas no aeroporto de Zaventem, fica a 5 minutos a pé de nossa casa. Temos voo marcado para Lisboa no próximo sábado para irmos passar a Páscoa com a família. Vamos ver se conseguimos ir."
Jorge Alexandre, português a residir em Bruxelas
"Trabalho na rua onde houve a explosão da estação de metro. É aqui umas portas abaixo do meu emprego. Eu já estava no emprego quando a explosão aconteceu. Agora estamos barricados dentro do edifício porque a polícia fechou toda a Rua de la Loi e não deixa ninguém entrar ou sair. Até novas ordens, estamos aqui fechados. Estou calma. Estamos todos bem aqui no escritório, a dar apoio uns aos outros. Ajuda estar rodeada de gente."
Ana Sousa, radicada em Leuven, trabalha em Bruxelas
"Vivo em Bruxelas há 17 anos e apesar de saber que o risco terrorista é muito grande nunca imaginei o que se está a passar! Esta manhã apanhei o metro apenas 20 minutos antes do ataque terrorista, a estação de metro onde aconteceu o ataque fica numa zona onde trabalham milhares de pessoas que trabalham para as instituições Europeias e a dois minutos da embaixada Portuguesa… Atualmente estou no escritório e felizmente estou bem assim como a minha família, vendo as imagens que passam nos meios de comunicação as coisas estão muito feias e tenho receio que isto seja só o princípio. A cidade está num caos e no escritório onde trabalho as pessoas estão todas em estado de choque, as escolas estão fechadas, os transportes estão cortados e parece-me que ninguém sabe o que fazer. Pela primeira vez em muitos anos tenho uma forte vontade de regressar a Portugal…"
Filipe Pereira, português a residir em Bruxelas
"Um dos atentados foi no meu bairro (Schuman/Maelbeek), a meros metros de minha casa, mas já estava no trabalho. Está tudo um pouco confuso. Não nos deixam sair do Parlamento. Não se sabe muito bem o que vai acontecer agora. As pessoas têm viagens marcadas para voltar a Portugal, mas acho que vai ser tudo cancelado nos próximos dias. No Parlamento vivem-se momentos de muita apreensão. Ainda não se sabe se o edifício vai ser evacuados ou não. O secretário Geral do PE vai enviando umas mensagens por email. Há receios de que este também seja um alvo."
Milton Nunes, funcionário do Parlamento Europeu
"Acordei com a notícia de que tinha havido uma explosão no aeroporto de Bruxelas. Foi o meu marido que telefonou a avisar, a partir do Parlamento Europeu, onde trabalha. Neste momento o ambiente em Bruxelas é de sirenes. É a única coisa que se ouve por toda a cidade. O barulho de aviões parou completamente. Eu moro a 10 minutos do aeroporto, e por aqui passam sempre muitos aviões, mas agora é o silêncio total. As ruas estão desertas de pessoas. O número de tropas quadruplicou nas últimas horas, principalmente junto aos edifícios das instituições europeias e edifícios governamentais. As mensagens trocadas com o meu marido neste momento são mais que muitas, para perceber como é que ele vai regressar a casa. As respostas tardam em chegar." (leia o relato completo aqui)
Susana Krauss, portuguesa a residir em Bruxelas
Número de emergência para informações: 0032 250 647 11
Embaixada de Portugal em Bruxelas: 0032 228 643 70
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