O índice de gestores de compras, que serve como referência da indústria, situou-se em 49,5 pontos em junho, valor idêntico ao de maio e em linha com as previsões dos analistas.
Neste indicador, uma marca acima do limiar dos 50 pontos significa um crescimento da atividade no setor, em relação ao mês anterior, enquanto uma marca abaixo representa uma contração.
Dos cinco subíndices que compõem o indicador, só o da produção permaneceu na zona de expansão, enquanto os do emprego, prazos de entregas, novas encomendas – chave para a procura – e reservas de matérias-primas permaneceram na zona negativa.
O estatístico do NBS, Zhao Qinghe, apontou para indústrias com elevado consumo de energia e aquelas dedicadas a bens de consumo entre aquelas que registaram quebras de atividade em junho, com quedas de encomendas e preços em alguns setores químicos, mineiros ou energéticos, face a uma situação de fraca procura.
Zhao destacou uma queda nas encomendas de matérias-primas e produtos químicos ou de produtos minerais não metálicos, assim como uma queda nos preços das indústrias de processamento de petróleo, carvão e outros combustíveis ou na fundição, laminação e processamento de metais ferruginosos.
Ainda assim, o estatístico sublinhou que a atividade em setores como os produtos metálicos, a ferrovia, os navios ou os equipamentos aeroespaciais permaneceu acima dos 55 pontos.
O NBS também publicou hoje o índice do setor não transformador, que mede a atividade nos setores dos serviços e da construção. Este indicador registou uma descida em relação a maio, de 51,1 para 50,5 pontos, o valor mais baixo até agora este ano e a pior marca desde dezembro.
O índice esteve ainda abaixo do esperado pelos analistas, que previam uma descida mais modesta, para 51 pontos.
Numa economia atingida por uma crise prolongada na indústria imobiliária, a atividade da construção caiu de 54,4 para 52,3 pontos e o setor dos serviços recuou de 50,5 para 50,2 pontos.
O índice composto, que combina a evolução das indústrias transformadoras e não transformadoras, caiu de 51 pontos em maio para 50,5 em junho, o valor mais baixo em 2024.
Em maio, o Fundo Monetário Internacional elevou a previsão para o crescimento da economia da China em 2024 de 4,6% para 5%, mas avisou que deverá abrandar para 3,3% a médio prazo, “devido ao envelhecimento da população e ao abrandamento dos ganhos de produtividade”.
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