O anúncio foi feito em Caracas pela Delegação da UE na Venezuela, através de um comunicado, em precisa que a lusodescendente faz parte de um grupo de “25 jovens selecionadas, de vários países, de entre 4.500 participantes” e que durante o período 2023-2025 assessorará a comissária Jutta Urpilainen.

Licenciada em estudos liberais pela Universidade Metropolitana da Venezuela, Anna Gabriela Ferreira Noal congratulou-se com a possibilidade de “gerar ações dirigidas aos jovens, diretamente com quem elabora as políticas públicas na União Europeia”.

Prestará serviço de assessoria, disse, durante dois anos, o primeiro deles para um mapeamento global de necessidades feito pelos antecessores no âmbito do Plano de Ação da União Europeia, em tema de juventude, sobre a sua implementação e difusão.

“Eu trabalho com questões relacionadas com a juventude, pelo que represento as vozes dos jovens, não só na Venezuela, mas em diferentes partes do mundo, para levar as nossas opiniões à mesa de tomada de decisões e poder divulgar a informação da melhor forma possível”, frisou.

Anna Gabriela Ferreira Noal precisou ainda que se trata de áreas de ação não especificamente dirigidas a países, mas à ação da UE como organismo de apoio multilateral, a nível global.

“A ideia é dar também a nossa visão de como a UE está a financiar os projetos e como os jovens de todas as partes do mundo podem competir, onde estiverem”, disse.

Ana Gabriela Ferreira disse ainda que é uma “ativista dedicada a desmantelar os sistemas de opressão através da participação ativa dos jovens e da sua inclusão nos assuntos públicos”.

“Acredito firmemente no potencial da sociedade civil e no papel dos jovens na sua construção e trabalho para fortalecer a sociedade civil, na Venezuela, com um projeto que se chama juventude cívica, e internacionalmente desde distintos espaços, desde a organização Civicus, da Peace Direct e outras plataformas”, disse.

Explicou ainda que ao contrário do que as pessoas pensam a Venezuela tem “uma sociedade civil muito rica, ativa, dinâmica e resiliente”, com pessoas que “têm feito muitíssimas coisas e têm capacidades fantásticas de dedicação para gerar projetos de alto impacto”.

“A Venezuela é um dos países com mais aprendizagens. Passámos por muitas etapas, muitos obstáculos. É uma lição que temos de ensinar sobre como permanecer ativos e, acima de tudo, como os jovens podem manter a esperança de que há caminhos de projeção, de progresso, que cada um pode construir”, explicou.