De acordo com ativistas do autodenominado Conselho Nacional dos Ativistas de Angola, o protesto de hoje foi travado pela polícia angolana e pelo menos cinco dos manifestantes foram levados pelas forças de segurança, desconhecendo-se os motivos.
“Agora viemos aqui para a frente ao tribunal do Cacuaco para exigir a libertação destes cinco jovens, que foram levados por esta polícia autoritária”, afirmou Nito Alves, um dos organizadores do protesto de hoje e que integra o grupo de 17 ativistas que em março de 2016 foram condenados pelo tribunal de Luanda a penas de prisão de até oito anos e meio.
Não foi possível à Lusa obter declarações, até ao momento, da Polícia Nacional angolano.
“Partiram a cabeça de um jovem e outros foram agredidos. Nós só queríamos exigir a libertação dos sete que foram detidos em abril”, acrescentou o ativista.
Sete outros ativistas foram condenados a 19 de abril pelo tribunal de Cacuaco a penas de 45 dias de prisão efetiva, por resistência às autoridades, ao tentarem manifestar-se contra alegadas irregularidades no processo de registo eleitoral, que antecede as eleições gerais de agosto, mas também para alertar para as dificuldades dos jovens daquele município da capital, nomeadamente a falta de emprego.
De acordo com o secretário-geral do Conselho Nacional dos Ativistas de Angola, António Kissanda, os sete jovens têm idades entre os 25 e os 35 anos. Foram detidos na manifestação realizada a 17 de abril e três dias depois começaram a cumprir pena, na cadeia de Comarca de Viana.
Foram ainda condenados a pagar, cada um, multas de 65.000 kwanzas (365 euros), indicou António Kissanda, acrescentando que são estudantes universitários, músicos de intervenção e ativistas.
“O grupo que se estava a manifestar era maior, mas quando a polícia os levou eram oito. Entretanto, no outro dia, durante o transporte da esquadra da polícia para o tribunal, um dos elementos conseguiu fugir e foram condenados sete”, explicou anteriormente secretário-geral do Conselho Nacional dos Ativistas de Angola.
Foram condenados à revelia e, por não terem assistência jurídica, a condenação não foi alvo de recurso, indicaram os ativistas.
“Resistimos à força que a polícia nos apresentou, porque é um direito na nossa Constituição. Não somos criminosos para fugir, esperávamos que a polícia estivesse lá para nos proteger”, disse.
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