“A Auchan refuta totalmente as práticas que lhe são imputadas pela Autoridade da Concorrência na decisão final no âmbito do processo contraordenacional”, indicou, em resposta à Lusa, garantindo que irá recorrer judicialmente.

A AdC aplicou uma coima global de quase 19,5 milhões de euros ao Auchan, Modelo Continente, Pingo Doce, Beiersdorf e a um responsável desta empresa pela participação num esquema de fixação de preços.
A coima total fixou-se em 19.469.276 euros, sendo que ao Auchan foi aplicada uma multa de 2.660.000 euros.

Fonte oficial da Auchan Retail Portugal sublinhou ainda que a empresa assegura internamente os processos de formação e controlo dos colaboradores para evitar “qualquer tipo de comportamentos que possam resultar na violação das regras de concorrência”.

Em comunicado, a AdC disse que através da investigação foi possível apurar que as empresas de distribuição asseguraram o “alinhamento dos preços de retalho” nos supermercados, mediante os contactos estabelecidos através do fornecedor comum, tratando-se assim de uma conspiração “equivalente a um cartel”, denominada no direito da concorrência como ‘hub-and-spoke’.

A AdC sublinhou que esta prática “elimina a concorrência” e priva os consumidores da opção de melhores preços, enquanto oferece melhores níveis de rentabilidade para a distribuição.

“Em dezembro de 2020, a AdC emitiu a nota de ilicitude relativa a este caso, tendo dado posteriormente a oportunidade a todas as empresas de exercerem os deus direitos de audição e de defesa, o que foi devidamente considerado na decisão final”, detalhou.

A Concorrência apurou que a prática durou entre 2011 e 2017, abrangendo produtos da Beiersdorf, como desodorizantes, protetores solares, protetores labiais e cremes de rosto.

A Modelo Continente também já repudiu a multa que lhe foi aplicada e assegurou que vai recorrer aos tribunais.

A Lusa contactou ainda a Jerónimo Martins e a Beiersdorf, mas ainda não obteve resposta.