“Augusto Cid deixa uma obra imensa, com milhares de desenhos marcados por um traço singular, ora amável, ora impiedoso e cruel”, refere o Museu Nacional da Imprensa num comunicado, salientando que, “contra as misérias e as grandezas do poder, o seu lápis esteve sempre muito afiado”.
O cartoonista e escultor Augusto Cid morreu hoje de manhã em Lisboa, aos 77 anos.
“O Museu Nacional da Imprensa assinala a importância do seu trabalho para a história do cartoon em Portugal e expressa os sentimentos de pesar a toda a família”, lê-se na nota.
Augusto Cid destacou-se como cartoonista, tendo trabalhado em vários jornais e revistas, nomeadamente Vida Mundial, O Diabo, Grande Reportagem, O Independente e no semanário Sol, assim como na TVI, sempre com uma perspetiva da atualidade, tendo editado, entre outros títulos, "Cid, o Cavaleiro do Cartoon", catálogo que acompanhou a exposição homónima.
Como escultor, tem várias obras no país, como a peça de homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, instalada no cruzamento das avenidas de Roma e Estados Unidos da América, em Lisboa, e a dedicada a Nuno Álvares Pereira, em Lisboa, no Restelo, inaugurada em novembro de 2016, pelo Presidente da República, entre outras individualidades.
Militante do PSD, Augusto CID desenhou o símbolo original das três setas para aquele partido e empenhou-se na defesa da tese de atentado no caso da queda do avião em que seguiam o então primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, em 04 de dezembro de 1980.
Sobre esta temática publicou os livros "Camarate" (1984) e "Camarate: Como, Porquê e Quem" (1987).
O velório de Augusto Cid realiza-se na sexta-feira, a partir das 17:00, na Basílica da Estrela, em Lisboa, onde será rezada missa de corpo presente no sábado, pelas 10:00, seguindo-se o funeral para o cemitério do Alto de São João, onde será realizada a cerimónia de cremação.
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