“Hoje, estamos a funcionar normalmente”, embora com algumas restrições, porque “a cozinha já está a ser intervencionada”, disse à agência Lusa Maria de Lurdes Batista, diretora do estabelecimento e do Agrupamento de Escolas n.º 4 de Évora.
A ESAG, com cerca de 600 alunos, do 7.º ao 12.º ano, esteve sem aulas, na quarta-feira, por a direção do agrupamento ter decidido que não existiam “condições mínimas” para o funcionamento, devido à falta de funcionários, impossibilidade de fornecer refeições e necessidade de obras.
Maria de Lurdes Batista explicou hoje que, em virtude do protesto, corroborado pelos pais e encarregados de educação, professores e pessoal não docente, a diretora-geral dos Estabelecimentos Escolares esteve presente numa reunião na escola, na quarta-feira.
“A diretora-geral veio desbloquear essa situação, com um empreiteiro trazido de Lisboa para arranjar” a cozinha, “já a partir de hoje”, revelou Maria de Lurdes Batista, satisfeita pelo avanço da “obra de emergência”.
A cozinha da escola está, pois, fechada e vão ser colocados tubos da água à face das paredes, para substituir a tubagem antiga e ferrugenta que está dentro da estrutura, devendo o espaço ficar “capaz de funcionar” no espaço de “oito dias”.
Neste período, as refeições aos alunos, disse, vão incluir sopa, confecionada noutro estabelecimento, e sandes, baguetes e fruta servidas no bar.
Maria de Lurdes Batista indicou também que foram desbloqueadas “21 horas para contratos a tempo parcial” de “seis tarefeiras”, que vão reforçar o pessoal não docente.
“Isto quer dizer que cada pessoa pode fazer três horas e meia por dia. Já consegui quatro pessoas na quarta-feira, porque as tinha em bolsa de contratualização, e hoje vou abrir concurso para as outras duas”, referiu.
Quanto ao pavilhão gimnodesportivo, a sua utilização fica dependente das condições climatéricas: “Se tiver condições, ou seja, se não chover, abre, mas, se tiver condensação, não abre”.
Para a diretora, todas estas medidas são “uma solução de emergência”, mas a escola vai continuar a reivindicar a requalificação que está programada no Portugal 2020.
“A escola não está degradada visivelmente porque nós investimos sempre dinheiro para as pequenas obras de manutenção, mas tudo isso são ‘pensos rápidos’. A escola precisa de uma manutenção maior”, defendeu.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou na Assembleia da República, na quarta-feira, que o Governo vai disponibilizar uma verba de 70 mil euros para “resolver os problemas” da ESAG, mas a diretora do agrupamento disse hoje desconhecer do que se trata: “Não tenho conhecimento e vou pedir explicações”.
Contactada pela Lusa, Dulce Santos, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do agrupamento escolar, congratulou-se pelo reinício das aulas na ESAG e pelas medidas imediatas adotadas, mas defendeu o avanço da requalificação da escola.
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