“Isto significa que o exército terá uma concentração de pessoal e de capacidades no norte da Austrália, facilitando a sua deslocação para formação, exercícios importantes ou para apoiar os nossos parceiros e aliados na região”, declarou, em comunicado, o ministro da Defesa australiano, Richard Marles.
A reestruturação, que deverá avançar em dezembro do próximo ano, coloca as cidades de Townsville, Brisbane e Darwin como os principais pontos estratégicos do litoral da Austrália, virado para o Pacífico.
O anúncio significa também que as brigadas de infantaria vão ser convertidas em brigadas de combate especializadas, que terão, entre outras características, capacidades anfíbias e de vigilância aérea, bem como de combate motorizado e armado.
Para tal, será necessário reduzir temporariamente o número de soldados destacados na cidade de Adelaide, que foi designada para albergar a tecnologia de ataque de longo alcance e um sistema nacional avançado de mísseis terra-ar, ainda de acordo com o comunicado.
“Estas mudanças vão proporcionar capacidades de combate de primeira classe, relevantes e credíveis, concentradas e otimizadas para operar nos contextos litorais da nossa região, em terra, no mar e no ar”, afirmou o responsável do exército australiano Richard Vagg na mesma nota.
A reestruturação faz parte de um plano para implementar a maior reforma desde a Segunda Guerra Mundial, na sequência de uma revisão estratégica para a Defesa, publicada em abril.
A análise, parcialmente desclassificada, sublinha que a abordagem defensiva da Austrália “já não é adequada ao seu objetivo” de dissuasão, num contexto geopolítico marcado pelo auge da “era dos mísseis”, a guerra cibernética e perigos que ultrapassam as fronteiras australianas.
A nova abordagem militar da Austrália surge num momento de tensão entre os EUA e a China no Indo-Pacífico, uma região com vários pontos críticos, incluindo tensões entre Pequim e vários países no Mar do Sul da China, ou Taiwan, que aumentam a probabilidade de guerra.
Como resposta a estas tensões, Camberra assinou, em setembro de 2021, um pacto com os Estados Unidos e o Reino Unido, chamado AUKUS, que inclui a compra e o desenvolvimento de submarinos movidos a energia nuclear no país oceânico, anunciado no mês passado.
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