Vadym Boychenko, que falava à agência Associated Press (AP) através de uma entrevista telefónica, realçou também que as forças russas movimentaram para aquela cidade equipamentos móveis de cremação, para descartar os corpos que vão “preenchendo as estradas”.
O autarca acusou ainda Moscovo de recusar a entrada de comboios humanitários na cidade, na tentativa de esconder a “carnificina”.
As forças russas levaram muitos corpos para um centro comercial de grande dimensões, onde se encontram instalações de armazenamentos e frigoríficos, acrescentou.
Em Mariupol, cerca de 120.000 civis precisam urgentemente de comida, água, aquecimento e comunicações, alertou o presidente da Câmara.
Vadym Boychenko explicou que apenas os moradores que passam pelos “campos de filtragem” russos podem sair da cidade e que as forças russas criaram prisões improvisadas organizadas para aqueles que não passam pela “filtragem”.
Pelo menos 33.000 habitantes de Mariupol foram levados para a Rússia ou para território separatista na Ucrânia, assegurou.
Estas declarações surgem numa altura em que a Rússia afirma ter destruído vários sistemas de defesa aérea ucranianos, no que aparenta ser um esforço renovado de Moscovo para ganhar superioridade aérea e retirar armas a Kiev para a ampla ofensiva esperada no leste do país.
O fracasso em ter o controlo total dos céus na Ucrânia dificultou a capacidade russa em dar cobertura aérea às tropas no terreno, o que limitou os avanços e as expôs a maiores perdas.
Agora, as forças russas têm procurado cada vez mais bombardear as cidades, uma estratégia que está a causar devastação em muitas áreas urbanas e a causar a morte a milhares de pessoas.
As autoridades ucranianas acusam as forças russas de cometerem atrocidades, incluindo um massacre na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, ataques aéreos a hospitais e um ataque com mísseis que matou pelo menos 57 pessoas, na semana passada, numa estação de comboios.
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