O líder do PSD, Rui Rio, anunciou esta semana o ex-comissário europeu Carlos Moedas como candidato à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, um “nome forte”, segundo o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, e que reuniu “um sólido consenso entre as direções do CDS e do PSD”.
Numa posição oficial enviada hoje à agência Lusa, os liberais referem que “depois da comunicação social ter anunciado a candidatura de Carlos Moedas”, este contactou o presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, para agendar uma “primeira conversa para explorar eventuais pontos de convergência”, encontro esse que ficou marcado para o início da semana.
“Como sempre tem feito, a IL não subalterniza as suas ideias em prol de cargos ou ilusórios sucessos eleitorais. Não basta libertar Lisboa do socialismo do PS, é preciso também que PSD e CDS se libertem dos seus hábitos, muitas vezes também, socialistas”, avisa, segundo a mesma nota.
Os liberais reafirmam que a sua estratégia eleitoral autárquica passa por “apresentar candidaturas próprias”, motivo pelo qual as exceções implicam “uma análise ponderada” do partido.
“Essa análise passa pela verificação, em conjunto com o núcleo da IL de Lisboa, de eventuais pontos comuns a nível político e no plano programático que se insiram na defesa do projeto liberal da lL, numa perspetiva de longo prazo de que não abdicamos”, explica.
Na quinta-feira, aquando do anúncio de Carlos Moedas após uma reunião com o antigo comissário europeu na sede do partido, Rui Rio considerou que esta candidatura a “melhor solução” para a Câmara Municipal de Lisboa, defendendo que o partido não está obrigado a vencer na capital, mas que tinha de apresentar “uma candidatura forte”.
No dia seguinte, também após uma reunião com Moedas, o presidente do CDS-PP admitiu a abertura a outros partidos, como a Iniciativa Liberal, da coligação autárquica com o PSD em Lisboa, mas ressalvou que essa possibilidade seria avaliada "mais adiante".
Nas últimas autárquicas, em 2017, PSD e CDS-PP concorreram separados à Câmara Municipal de Lisboa, numas eleições ganhas pelo socialista Fernando Medina, que obteve 42% dos votos e perdeu a maioria absoluta na capital.
A então líder do CDS-PP Assunção Cristas ficou em segundo lugar, com 20,6% (perto de 52 mil votos), numa candidatura apoiada também por MPT e PPM e que elegeu quatro vereadores.
Nessa eleição, o PSD teve como candidata a então deputada Teresa Leal Coelho, que ficou em terceiro lugar, com 11,2% (correspondentes a pouco mais de 28 mil votos), elegendo dois vereadores.
Comentários