“O Plano de Recuperação e Resiliência já está apresentado e entregue a Bruxelas há muito tempo. Nós não estamos a anunciá-lo nem a lançá-lo agora. (…) É trabalho de um Governo liderado pelo Partido Socialista. O que é que vamos fazer, escondê-lo? Não: nós estamos a participar num ato eleitoral, estamos a dizer o que é que os socialistas fazem, como é que veem o futuro do país, é isso que nos compete” fazer, afirmou Pedro Nuno Santos.
O ministro das Infraestruturas e Habitação e membro do secretariado nacional do PS falava aos jornalistas em Penafiel, durante uma arruada de apoio ao candidato da coligação “Penafiel Unido” (PS/RIR), Paulo Araújo Correia.
Reagindo às críticas que o líder do PSD, Rui Rio, tem feito ao primeiro-ministro, António Costa – acusando-o de estar a misturar as funções de chefe de executivo e de secretário-geral do PS ao falar de milhões às autarquias durante a campanha – Pedro Nuno Santos salientou que, até às eleições, o que é preciso é “discutir a terra, o concelho, e as suas soluções”.
“E nós temos feito trabalho no país: se o nosso trabalho não fosse bom, não os incomodava que nós falássemos dele. Se os incomoda falarmos do nosso trabalho, é porque estamos a fazer um bom trabalho”, frisou.
O ministro deu assim o exemplo da construção do IC-35, que irá ligar Penafiel a Entre-os-Rios, e que o próprio, durante a sua ação de campanha em Penafiel, garantiu à população que irá ser construído com os fundos do PRR.
“Já temos as verbas para o fazer, é uma ambição desta região há décadas e nós vamos finalmente fazer. Porque é que havemos de esconder uma coisa boa? Não vamos esconder, vamos dizer: o IC-35, finalmente, depois de muitas décadas, vai ser uma realidade”, frisou.
Interrogado pelos jornalistas, Pedro Nuno Santos reiterou assim que não considera indecente fazer campanha munindo-se das verbas do PRR.
“Então, mas faço uma campanha calado? ‘Olhe eu não vou falar do que faço, não vou falar do que estamos a fazer, estou aqui, mas não digo nada sobre o que estamos a fazer’. Não, não, vamos dizer: no caso de Penafiel, o IC-35 vai avançar”, indicou.
Na terça-feira, Rui Rio afirmou, na Guarda, que “não é correto misturar na campanha a função de primeiro-ministro com a de secretário-geral do PS” ao falar dos milhões do PRR.
“O primeiro-ministro, o PS não têm feito outra coisa que não chegar aos diversos concelhos e dizer que têm não sei quantos milhões para ali”, criticou novamente Rui Rio na quinta-feira.
Em resposta, António Costa afirmou, durante um comício em Aveiro, que o PRR não é um “plano do PS, é um plano do país”.
“Eu sei que há quem se irrite muito quando nós falamos no PRR, mas é preciso que não se irritem, porque o PRR não é um plano do PS, (…) é mesmo um plano do país, que hoje está disponível para todos os portugueses, para todas as portuguesas, para todas as empresas, para todos os municípios, para as todas as universidades, para todas as IPSS utilizarem esses recursos”, defendeu António Costa.
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