“Cada eleição autárquica envia também uma mensagem para quem governa o país e nós queremos que as próximas eleições autárquicas sejam um cartão vermelho para o governo socialista e que constitua, pela mão do CDS, uma alternativa firme e construtiva ao PS”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, numa sessão de apresentação do cabeça de lista do CDS-PP à Câmara da Batalha nas próximas eleições autárquicas.

O líder centrista acrescentou que o Governo tem vindo a “retirar rendimentos às pessoas para pagar aos seus amigos e familiares".

Francisco Rodrigues dos Santos reforçou também que o CDS-PP é um “partido de direita” e que “não faz concessões nem fretes à esquerda”.

O líder do CDS-PP criticou ainda as escolhas do Governo para a aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), por privilegiarem o setor público “em vez do setor privado”.

“Em Portugal o nosso PRR atira dinheiro para cima do setor público para alimentar as suas clientelas e afasta essas verbas dos nossos empresários e das nossas famílias. Na Grécia, observamos que apenas 30% dos fundos vão para o setor público, o que criará quatro vezes mais postos de trabalho do que Portugal”, salientou.

Francisco Rodrigues dos Santos lembrou ainda que, nos últimos seis anos, Portugal “recebeu de fundos estruturais 26 mil milhões de euros” e “99% não foram para as empresas”.

“A Irlanda gastou 30 vezes menos em investimento público. O seu PIB [Produto Interno Bruto] cresceu 3%. Portugal investiu no público e o seu PIB diminuiu 7%. É investindo prioritariamente no setor público que não tira Portugal da estagnação económica e social e vai atrasando cada vez mais o nosso país. Infelizmente, foi a receita que o PS decidiu seguir”, lamentou.

Para o líder do CDS-PP, “este PRR vai ser um tiro de bazuca no pé dos portugueses”.

Presente no evento, o antigo presidente do CDS-PP Manuel Monteiro, que se voltou a filiar no partido recentemente, também alertou para a aplicação dos fundos comunitários.

“Vejo hoje com muita angústia que Portugal se prepara para cometer um dos seus maiores erros da história pós-adesão à CEE [Comunidade Económica Europeia], quando o primeiro-ministro de Portugal anunciou aos portugueses que estava muito contente com o ministro do Planeamento, porque tinha conseguido convencer Bruxelas que Portugal não tinha estradas a mais”, adiantou o centrista.

Manuel Monteiro acrescentou que “aproveitar o dinheiro para mais infraestruturas e investimento público, é o segundo erro histórico deste país”.

Para o ex-presidente do CDS-PP, “Portugal corre o risco de dentro de pouco tempo ser um dos países mais atrasados da Europa, precisamente por erros continuados de quem tem governado o país há muitos anos”.

“Não é apenas um problema do PS”, disse, mas “de outros partidos que se dedicaram apenas a olhar para o lado e para baixo e não a olhar para a frente e a pensar no futuro”.

Na iniciativa foi apresentado oficialmente Horácio Moita Francisco, atual vereador do CDS-PP, como candidato à Câmara da Batalha.

As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para entre 22 de setembro e 14 de outubro, de acordo com a lei.