O bloquista –acompanhado pela coordenadora do partido Catarina Martins – falava na quarta-feira à noite num comício em Almada, município em que Joana Mortágua é candidata à presidência da Câmara.
“Se olharmos para a forma como o primeiro-ministro tem entrado nestas autárquicas, percebemos como tem diminuído este ato eleitoral tão nobre numa democracia como a nossa. Transformou estas eleições numa caricatura”, disse.
“Um primeiro-ministro que tudo promete, vai a todo o lado prometer tudo o que entende em cada um dos locais e tem a seu lado candidatos que a tudo dizem que sim. A confusão é tamanha que, às tantas, não sabemos onde começa o Governo e onde acaba o partido, onde começa o partido e acaba o país”, afirmou.
Pedro Filipe Soares deixou um aviso aos socialistas e a António Costa, que acusa de usar os milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para fazer campanha.
“Dizemos ao primeiro-ministro e ao Partido Socialista que nós sabemos distinguir as imitações e no dia 26 não vamos em cantigas destas. Temos um primeiro-ministro a tentar fazer dos milhões a sua campanha e da sua campanha, apenas e só, a promoção do partido. Isto não é governar, é falhar ao futuro do país”, disse.
No comício que decorreu na Casa da Cerca, em Almada, o líder parlamentar do BE deixou uma mensagem a António Costa, frisando que a capacidade negocial do partido no orçamento do Estado não está dependente dos resultados das autárquicas.
“O primeiro-ministro confunde as eleições autárquicas com os fundos comunitários, mas também com o debate do orçamento de Estado. Nessas matérias, devemos alertar qualquer incauto e também o primeiro-ministro de que nós, BE, não confundimos eleições autárquicas com a negociação do orçamento de Estado, não medimos a nossa capacidade negocial pelo resultado que tivermos domingo à noite”, vincou.
Pedro Filipe Soares sublinha a posição dos bloquistas assegurando que o partido “não vende princípios por tuta e meia”.
“Sabemos que quem vota em nós em Almada pela habitação, em Lisboa pela igualdade na cidade e no país todo pelos direitos sociais, sabe que conta connosco nas autarquias, mas sabe que nós não nos vendemos no orçamento de Estado porque não vendemos princípios por qualquer tuta e meia que nos queiram dar nesse debate orçamental”, disse.
Sobre as eleições em Almada, a coordenadora do BE, Catarina Martins, mostrou-se esta quarta-feira confiante de que o partido vai ser a terceira força política mais votada no concelho em que Joana Mortágua é candidata nas eleições autárquicas de 26 de setembro.
“Aqui, em Almada, vamos ficar à frente da direita. Vamos fazer em Almada e no Seixal o mesmo que já fazemos com a Moita”, disse a coordenadora do BE na intervenção que durou menos de dois minutos devido à chuva intensa que obrigou Catarina Martins a terminar o discurso pouco depois de o começar.
Além de Joana Mortágua, concorrem à presidência da Câmara de Almada a atual presidente, Inês de Medeiros (PS), Maria das Dores Meira (CDU), Nuno Matias (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM/MPT), Vítor Pinto (PAN), Bruno Coimbra (Iniciativa Liberal) e Manuel Matias (Chega).
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