“Quem devia ter força política é ele, que deveria ser líder da oposição se não andasse permanentemente encostado a tentar ser ministro de alguma coisa de António Costa (…). Eu não sou líder da oposição, sou apenas o presidente da Câmara do Porto que pretende ser reeleito”, afirmou à margem de uma ação de campanha na zona do Bonfim.
No domingo, numa ação de campanha no Porto, o presidente do PSD acusou o Governo de deixar o Porto para trás e a Câmara liderada pelo independente Rui Moreira de não ter “força política” para se impor, apontando como exemplo a situação da TAP.
“Ele [Rui Rio] é que devia falar claro, nunca o quis fazer, nunca se consegue perceber. Muitas vezes parecem irmãos siameses, depois zangam-se, portanto, a única coisa que lhe posso dizer é que não quero ter a força dele porque não quero ter o cargo que ele ainda tem”, declarou o presidente da Câmara do Porto.
Sublinhando que o seu empenho relativamente à companhia aérea de bandeira nacional remonta ao tempo que era presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, que nas eleições de 26 de setembro se candidata a um terceiro e último mandato, lembrou que foi o PSD que privatizou a TAP, num negócio que considera “um desastre”.
“Privatizaram mal porque privatizaram um negócio e deixaram os portugueses ficar com a dívida”, observou.
Rejeitou ainda as acusações de Rui Rio, que o acusou de destruir as marcas do Porto, como o Circuito da Boavista.
“Não sei quais as marcas [a que] se está a referir. Quando cheguei à cidade do Porto não tinha marca e nós apostámos numa marca. Havia um logótipo da cidade, mas não havia uma marca. Nós mudámos o logótipo da cidade. Se ele gostava do logótipo da cidade, logótipo que encomendou, salvo erro, ao Dr. Branquinho, em que era um disco voador em cima da torre dos clérigos, pode sempre voltar a fazê-lo caso [o PSD] ganhe as eleições”, disse.
O independente lembrou ainda que não é Rui Rio o seu adversário político nestas eleições.
“O Dr. Rui Rio julgo que não vai aparecer no próximo debate comigo, mas julgo que vai aparecer o engenheiro Vladimiro Feliz. O engenheiro Vladimiro Feliz quer fazer o favor ao Dr. Rui Rio de fazer a cidade ser o que era em 2011. Tentar privatizar as águas e falhar, tentar privatizar o Silo Auto e falhar, gastar dinheiro no projeto do [Pavilhão] Rosa Mota e não fazer nada, deixar o [Mercado do] Bolhão a cair e não fazer nada. Fazer umas corridas de carrinhos”, afirmou.
Rui Moreira visitou hoje, no Bonfim, as empresas na área tecnológica Körber, Infraspeak e Tonic App que, em conjunto, empregam centenas de pessoas e que, segundo Rui Moreira, são exemplo do crescimento e da atratividade da cidade.
Recorrendo a um estudo da EY que abarca o período de 2015 e 2018, o candidato independente referiu que foram criados pelas ‘start-up’ cerca de 7.000 empregos, que registaram um crescimento do volume de negócios na ordem dos 28%.
O independente visitou ainda o Hotel M.Ou.Co, que destacou como sendo uma exemplo de “empreendedorismo” ao adotar um conceito multidisciplinar, com programação própria e com forte componente musical.
Concorrem à Câmara do Porto, Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” – apoiado por IL, CDS, Nós Cidadãos, MAIS -, Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre).
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