O diploma do PSD apenas teve votos favoráveis da sua bancada e contou com a abstenção do CDS-PP, com os restantes partidos e deputados a votarem contra.

Já o projeto-lei do PAN foi rejeitado com votos contra de PS, PSD, PCP e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

O projeto do PSD previa um “regime excecional e temporário” para, devido à pandemia de covid-19, realizar este ano as autárquicas entre 22 de novembro e 14 de dezembro, em vez de, como prevê a lei, entre 22 de setembro e 14 de outubro.

Na exposição de motivos do seu diploma, os sociais-democratas invocam que o primeiro-ministro, António Costa, já apontou “o final do verão” como a data provável para Portugal atingir a imunidade de grupo.

“Como é sabido, as eleições autárquicas têm uma dinâmica muito própria e que a diferencia, de sobremaneira, dos restantes atos eleitorais, desde logo porque exigem uma maior proximidade e relacionamento entre os candidatos e os respetivos eleitores, com um tipo de mensagem que, por se dirigir a um grupo específico de eleitores, implica, por isso, um maior contacto pessoal”, defendem os autores do projeto-lei, assinado à cabeça por Rui Rio.

O PSD salienta que o voto “não pode estar condicionado por medos e receios derivados da pandemia, devendo antes preferencialmente ocorrer em contexto de máxima liberdade, sob pena de compressão do direito fundamental ao voto, plasmado no artigo 49.º da Constituição”.

“E o mesmo se diga em relação ao direito fundamental de acesso a cargos eletivos, plasmado no artigo 50.º da Constituição”, acrescentam.

Já o diploma do PAN alterava as regras e o universo do voto antecipado, permitindo, por exemplo, que eleitores em confinamento devido à covid-19 pudessem inscrever-se para votar antecipadamente até à antevéspera do dia da eleição, e exercessem o direito de voto na véspera.

O partido abria ainda no diploma a possibilidade de o Governo "realizar as eleições em dois dias", desde que consecutivos.

Foi ainda rejeitada, com votos contra de PS, PCP e PEV, um projeto de resolução do Chega, sem força lei, que recomendava ao Governo que promovesse a atualização dos cadernos eleitorais.

No debate, que decorreu hoje à tarde, a maioria dos partidos considerou que não se justificava o adiamento das eleições autárquicas proposto pelo PSD por não ser possível prever que a situação da pandemia está melhor em novembro/dezembro do que após o Verão.

Em relação ao diploma do PAN, foram apontadas algumas dificuldades técnicas na sua implementação, com o PCP a considerá-lo “irrealista”.

Já a resolução do Chega foi classificada pelo PS como “ultrapassada”, uma vez que já não existem ‘eleitores-fantasma’ nos cadernos, mas apenas eleitores residentes no estrangeiro com cartão de cidadão nacional.

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