O secretário-geral e coordenador autárquico do PSD, José Silvano, anunciou hoje a homologação de mais 53 candidatos do partido a Câmaras Municipais, num total de 294 nomes já escolhidos.
Entre os nomes hoje divulgados estão o de Suzana Garcia, Amadora, - aprovada por unanimidade pela Comissão Política Nacional - ou dos deputados Duarte Pacheco e Eduardo Teixeira a Torres Vedras e Viana do Castelo, respetivamente.
Sobre Oeiras, José Silvano confirmou que a direção recebeu das estruturas concelhia e distrital a proposta de o PSD não se apresentar a votos no concelho e “dar liberdade aos militantes de integrar outras listas”.
“A Comissão Política Nacional analisou esta possibilidade e outras, mas não chegou ainda a qualquer conclusão, continuará a analisar”, afirmou.
Como objetivo para as autárquicas, José Silvano foi claro: “mais câmaras, mais eleitores e mais percentagem de votos que em 2017”.
Suzana Garcia é “candidata mais indicada para ganhar” Amadora
Segundo José Silvano, o nome de Suzana Garcia foi proposta pela concelhia da Amadora, aprovada pela distrital de Lisboa e foi homologada “por unanimidade” pela Comissão Política Nacional.
“O PSD é um partido onde cabem todos, desde que não ponham em causa os valores essenciais da social-democracia. Convivemos bem com a diferença de opiniões e não condenamos ninguém por delito de opinião”, começou por dizer, acrescentando que a direção do partido analisou as posições públicas de Suzana Garcia.
“Não vimos nelas algo que não pudesse ser admitido no âmbito da pluralidade de opiniões deste partido”, afirmou.
José Silvano considerou ainda que a advogada tem “um perfil adequado ao concelho a que se candidata” e defendeu que tem “fortes possibilidades” de ganhar a Amadora.
Questionado se as posições da candidata sobre castração química a aproximam do Chega, o secretário-geral do PSD frisou que a posição do partido em relação a este tema é claramente contra e já foi expressa no parlamento.
“A posição da Suzana Garcia - que não se candidata à Assembleia da República para legislar, mas para a Câmara da Amadora - é uma posição que, no entender do PSD e que ela própria explica, não é de castração química, mas uma terapia medicamentosa de controlo da libido e apenas para reincidentes pedófilos”, disse.
Para o PSD, acrescentou, tal posição “consegue enquadrar-se na pluralidade que o partido tem para os candidatos às câmaras do país”, admitindo que, se fosse candidata ao parlamento, teria “outro crivo de análise”.
Da mesma forma, Silvano rejeitou que Suzana Garcia tenha manifestado posições racistas.
“O PSD nunca apoiará nenhum candidato que seja racista e xenófobo. Baseia-se nas próprias declarações da candidata, que podem consultar, que é estrutural e geneticamente antirracista e afirma sem hesitações que condena o racismo”, disse.
Questionado o que acontecerá se, durante a campanha, a candidata violar os valores que o PSD considera essenciais, Silvano respondeu: “Se, em qualquer situação, esses princípios sejam feridos na sua essência, o PSD tomará uma posição na altura”.
Questionado sobre a ausência de Rui Rio na apresentação de candidatos de hoje - o presidente do partido esteve presente na apresentação de duas das três conferências, além da exclusivamente destinada a apresentar Carlos Moedas para Lisboa - , o secretário-geral desvalorizou.
“O dr. Rui Rio deve estar a trabalhar como todos os dias (…) Quem começou estas reuniões foi o coordenador autárquico, entendeu-se como estratégia política adequada fazer também a última conferencia de imprensa de candidatos, não tem mais nenhuma explicação”, afirmou.
À pergunta se Rio “não quis dar a cara” pela apresentação de Suzana Garcia, Silvano negou, lembrando que a decisão foi tomada por unanimidade entre os membros da direção na reunião que terminou já hoje de madrugada.
Na apresentação, foi distribuído aos jornalistas o artigo de opinião que a Suzana Garcia escreveu recentemente no jornal online Observador, intitulado “Eu, a Amadora e o PSD”.
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