Segundo a AMN, o capitão do Porto da Figueira da Foz recebeu um contacto na noite de quarta-feira do Patrão da Estação Salva-vidas para o movimento de um veleiro espanhol que se encontrava na zona da Nazaré com rumo aparente para o porto da Figueira da Foz, “podendo constituir uma situação de perigo, pois este porto encontrava-se encerrado à navegação para embarcações com menos de 35 metros, devido às condições de mar adversas”.
“O capitão do Porto da Figueira da Foz contactou o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa dando conta de uma potencial situação de perigo, caso se confirmasse o movimento da embarcação em direção a este porto, pois contrariamente ao porto da Nazaré, que estava aberto à navegação, o da Figueira da Foz estava encerrado como forma de garantir a segurança da navegação”, refere a AMN em comunicado hoje enviado à Lusa.
O MRCC, a capitania e a Polícia Marítima da Figueira da Foz efetuaram várias chamadas através do canal de emergência para o veleiro, mas não obtiveram qualquer resposta.
De seguida, o MRCC Lisboa contactou o MRCC Madrid, solicitando os contactos telefónicos da embarcação com registo espanhol.
“Com recurso ao Sistema Costa Segura foi confirmado que o veleiro indiciava intenção de entrar no porto da Figueira da Foz, pelo que o capitão do Porto ativou uma embarcação da Estação Salva-vidas da Figueira da Foz, com o objetivo de tentar divergir a embarcação ou de prestar assistência próxima, dependendo da distância a que se encontrava dos molhes do porto da Figueira da Foz”, frisa.
A AMN salienta que não recebeu qualquer resposta no canal de emergência, nem telefonicamente, pelo que o capitão do Porto da Figueira da Foz indicou à embarcação salva-vidas que avaliasse o estado da barra e, depois de atingido o ponto de não retorno, autorizou a entrada do veleiro naquele porto com acompanhamento desta embarcação.
“Pelas 23:49 [de quarta-feira], a embarcação atracou no porto da Figueira da Foz acompanhada pelo salva-vidas. Por ter entrado a navegar na barra quando esta se encontrava fechada a embarcações de comprimento inferior a 35 metros, tendo assumido uma situação de risco elevado, o ‘skipper’ (mestre) da embarcação poderá ter infringido a lei, facto que, a confirmar-se, constitui uma contraordenação punível com coima a graduar entre os 2.200 e os 3.700 euros”, acrescenta o documento.
A AMN explica que até que seja concluído o processo contraordenacional, caso o ‘skipper’ queira largar do porto da Figueira da Foz deverá prestar uma garantia bancária no valor de 2.200 euros a favor do Estado.
O veleiro em causa largou de Cascais no dia 22 de janeiro, com destino ao porto de Vigo, Espanha.
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