A votação está prevista para hoje e resulta da decisão de Guterres de invocar o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas.
“O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que na sua opinião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais”, estabelece o artigo.
No caso de Gaza, trata-se de uma medida para pressionar os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas a negociar, redigir e adotar urgentemente uma resolução que apele para um cessar-fogo.
O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, manifestou apreço pela iniciativa lançada por António Guterres de ativar o artigo 99.º, segundo a agência palestiniana Wafa.
“Chegou o momento de o Conselho de Segurança tomar esta decisão”, declarou a presidência palestiniana num comunicado divulgado pela Wafa.
A Autoridade Palestiniana disse que a resolução é necessária para “pôr termo à guerra genocida” em curso infligida ao povo palestiniano pelas forças israelitas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
A presidência palestiniana apelou também ao Conselho de Segurança para que ratifique uma resolução que torne imperativa a “prestação de ajuda humanitária urgente”.
Pediu ainda o envio de “uma delegação de membros do Conselho de Segurança para examinar de perto a tragédia humanitária” na Faixa de Gaza, de acordo com a agência espanhola Europa Press.
“A visita tem por objetivo proporcionar aos membros do Conselho uma visão em primeira mão do trágico balanço da agressão israelita, que custou a vida a dezenas de milhares de civis inocentes e deixou inúmeros outros feridos”, especificou a Wafa.
O Equador exerce atualmente a presidência rotativa do Conselho de Segurança, que tem cinco membros permanentes e 10 não-permanentes.
China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia são os membros permanentes e têm, cada um, direito de veto de qualquer resolução.
A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas, segundo as autoridades de Israel.
Os comandos do grupo islamita palestiniano também fizeram 240 reféns, alguns dos quais já foram libertados em troca de palestinianos detidos em Israel.
Os bombardeamentos de retaliação israelitas na Faixa de Gaza, onde o Hamas tomou o poder em 2007, mataram mais de 17.100 pessoas, de acordo com o grupo islamita.
Israel considera o Hamas como uma organização terrorista, uma classificação partilhada pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
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