De acordo com os dados do Ministério da Saúde do país, a maioria das novas mortes (15) ocorreu fora do meio hospitalar, o que aumenta as hipóteses de contágio da infeção.
De acordo com os últimos dados, divulgados na segunda-feira pelo Ministério, o surto afeta as províncias de Kivu do Norte e Ituri desde 01 de agosto do ano passado.
O controlo deste surto, o mais letal na história da RDC, tem sido dificultado pela recusa de algumas comunidades em receber tratamento e a insegurança na área, onde operam numerosos grupos armados.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e organizações não-governamentais como os Médicos Sem Fronteiras foram forçados a suspender algumas atividades em áreas como Butembo (um dos principais ativos atuais focos) devido a ataques aos seus centros.
O mais grave desses ataques resultou a morte de um epidemiologista que havia sido enviado pela OMS para aquela cidade para apoiar os esforços para controlar a atual epidemia de Ébola.
Um total de 411 pessoas conseguiu superar a doença.
O governo congolês também publicou os resultados de investigações realizadas nos últimos anos que revelam que dois em cada 10 sobreviventes do Ébola desenvolvem problemas oculares de diferentes tipos, desde inflamação dos olhos até perda total da visão.
Estes problemas ocorrem devido aos efeitos colaterais do tratamento experimental que não tem a aprovação oficial das autoridades de saúde, mas que está a ter bons resultados nos últimos surtos da doença.
O Ministério da Saúde, em conjunto com a OMS, instalou centros oftalmológicos nas cidades de Beni e Butembo para fazer exames médicos aos sobreviventes.
O Ministério da Saúde da RDCongo admitiu que a epidemia de Ébola, nas províncias de Kivu Norte e Ituri, é já a maior da história do país relativamente ao número de contágios.
A RDCongo foi atingida nove vezes pelo Ébola, depois da primeira manifestação do vírus no país africano, em 1976.
É a primeira vez que uma epidemia de Ébola é declarada numa zona de conflito, onde existe uma centena de grupos armados, o que leva à deslocação contínua de centenas de milhares de pessoas que podem ter estado em contacto com o vírus e a dificuldades na resposta à doença das organizações de socorro.
O mais devastador surto de ébola a nível mundial foi registado em março de 2014, na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria.
Dois anos depois, em janeiro de 2016, a OMS declarou o fim da epidemia, que causou 11.300 mortos, sendo que, no total, foram contagiadas 28.599 pessoas.
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