O presidente da autoproclamada região, Anatoli Bibilov, “assinou um decreto sobre a realização de um referendo na república da Ossétia do Sul”, indicou o seu gabinete em comunicado, ao evocar “a aspiração histórica” dos habitantes desta zona da Geórgia de se juntarem à Rússia, país com que a partilham a fronteira.
Em paralelo, o novo líder da região separatista, Alan Gagloyev, anunciou que coordenará com o Kremlin a convocatória do referendo.
“Logo que recebamos o sinal, e entendermos que chegou a hora, esse referendo será celebrado com segurança”, assinalou à agência noticiosa Tass.
Gagloyev, que derrotou o presidente cessante Bibliov na segunda volta das eleições na região, sublinhou que a consulta popular para a integração na Rússia não depende apenas do sul-ossetas, mas também da situação geopolítica internacional.
“Não se trata da unificação, mas do mecanismo para a concretizar. Entendemos perfeitamente que esta situação não depende apenas da Ossétia do sul. Nestes assuntos, há que considerar cada um dos passos”, assinalou.
O mesmo responsável também aludiu à difícil posição em que se encontra “a Rússia, aliado estratégico”, que “conduz uma operação especial na Ucrânia para a eliminação das formações neonazis”.
Recentemente, Bibliov assegurou à agência noticiosa Efe que a Ossétia do Sul pretendia convocar um referendo sobre a integração na Rússia, e que “a Rússia é a pátria histórica de todos os ossetas”.
“O referendo não será uma complicação, já que mostrará ao mundo que estamos com a Rússia. E em particular agora, quando muitos países, incluindo grandes potências, lhe viraram as costas”, explicou.
A Ossétia do Sul, cuja independência foi reconhecida pelo Kremlin em agosto de 2008 após uma guerra com a Geórgia, optou por não promover a integração quando a Rússia anexou a península da Crimeia em 2014.
Desde 2008 que o território é um protetorado russo, onde Moscovo possui uma base militar e cujo orçamento depende em 90% dos cofres da Rússia.
“Apoia a unificação entre a Ossétia do Sul e a Rússia?”, esta a pergunta a que cerca de 50.000 ossetas deverão responder.
Enquanto a Geórgia considera o referendo ilegítimo, o Kremlin disse que respeitará a vontade do povo sul-osseta.
Após integrar a Federação russa, o próximo passo seria a unificação com a república russa da Ossétia do Norte numa única entidade federal”.
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