Na quinta-feira, a guarda costeira grega informou que as autoridades tinham encontrado no dia anterior 107 pessoas nas ilhas de Samos, Mykonos e na pequena ilha de Ro, que fica no Mediterrâneo, na costa sul da Turquia.

A estes migrantes somaram-se outros 109 que chegaram na quarta-feira às ilhas de Lesbos, Rodes, Samos e Santorini, enquanto outros 118 chegaram na terça-feira às ilhas de Ro, Rodes e Lesbos.

A maioria destes migrantes estava a bordo de botes ou de outras embarcações fornecidas por redes organizadas de tráfico e foi recolhida perto da costa por barcos de patrulha da guarda costeira. Posteriormente, foram todos levados para centros de acolhimento de migrantes.

Durante as últimas décadas, a Grécia tem sido um dos pontos de entrada para a União Europeia (UE) mais utilizados por pessoas oriundas do Médio Oriente, África e Ásia, que fogem de conflitos ou de situações de pobreza e que procuram melhores condições de vida na Europa.

Mais de 14 mil pessoas chegaram à Grécia por terra e mar este ano, segundo dados das Nações Unidas, o que representa cerca de um décimo do total de travessias bem-sucedidas do Mediterrâneo, a maioria das quais — cerca de 104 mil — teve como destino a Itália, outro país que está na chamada “linha da frente” no que diz respeito à imigração irregular.

A Grécia é abrangida pela rota do Mediterrâneo Oriental.

Hoje, a organização não-governamental (ONG) humanitária SOS Méditerranée informou também que o “Ocean Viking”, um navio-ambulância fretado por esta ONG com sede em Marselha (França), resgatou 272 pessoas em perigo, incluindo nove bebés, que se encontravam em águas internacionais ao largo da Líbia.

O “Ocean Viking” esteve retido durante 10 dias, em julho, pelas autoridades italianas que o culparam por falhas de segurança, mas foi autorizado a regressar ao mar em 21 de julho.

A rota migratória do Mediterrâneo Central — que sai da Argélia, Tunísia e Líbia em direção à Europa, nomeadamente para as costas italianas e maltesas — é considerada como a mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A agência da ONU estima que 2.013 migrantes desapareceram nesta rota desde o início do ano, um aumento expressivo quando comparado com as 1.417 vítimas mortais ou desaparecidos registados durante todo o ano de 2022.