Na principal fronteira terrestre do país estiveram durante a tarde elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR), do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o capitão Tiago Fernandes, comandante do Destacamento Territorial da GNR de Vilar Formoso, aquela força policial está a “monitorizar o fluxo de trânsito transfronteiriço” por observação direta, “no sentido de perceber se há algum fluxo de trânsito anormal”.
“A monitorização, neste momento, está a ser feita por observação direta através da verificação das viaturas que passam, eventualmente da verificação da chapa de matrícula, que nos permite saber qual é que é a origem dessa viatura”, explicou.
Além das ações pontuais, a GNR poderá fazer abordagens individuais, mas de acordo com as recomendações da DGS “o contacto entre pessoas deve ser diminuído e reduzido ao que é realmente necessário e essencial”, referiu.
Tiago Fernandes disse aos jornalistas que o movimento na fronteira de Vilar Formoso, no distrito da Guarda, registou hoje “um fluxo de trânsito reduzido e possivelmente local, que é o que acontece e aconteceria em qualquer sábado nesta época”.
Os militares da GNR têm sido abordados por estrangeiros que questionam sobre eventuais impedimentos no país vizinho ou para outros países europeus e “sobre medidas que possam vir a ser implementadas no futuro”, contou.
O Delegado Regional do SEF na Guarda, Acácio Pereira, declarou aos jornalistas que os “controlos pontuais nas fronteiras” têm como objetivo “perceber de onde as pessoas vêm, para onde vão e quanto tempo vão ficar em território nacional”.
“Pretende-se também fazer passar a ideia de quem devem cumprir os planos de contingência e as determinações de ambos os Estados [o de origem e o de destino]. E pretende-se também que cada um seja um agente de proteção e que contribua para não disseminar este problema que nós estamos hoje a viver”, explicou.
Durante a ação, a Delegada de Saúde Coordenadora na Guarda, Ana Isabel Viseu, indicou que a presença das autoridades na fronteira de Vilar Formoso tem em vista a cooperação para combater o Covid-19.
As autoridades pretendem informar os estrangeiros sobre medidas a tomar para evitar a transmissão da doença e alertar as pessoas para “se tiverem sintomas que não se devem dirigir diretamente aos serviços de saúde”, mas sim ligar para a linha Saúde 24, para depois serem devidamente encaminhadas.
Ana Isabel Viseu explicou que nas ações fronteiriças “não será suposto” realizar abordagens diretas das pessoas, mas “a grande aposta” é contribuir para que “estejam informadas” sobre a doença.
“Não é suposto que os agentes da autoridade mandem parar [carros], vão inquirir diretamente, correndo o risco de se poderem contaminar”, referiu a responsável, indicando que a informação a disponibilizar deve ser por panfletos e ‘placards’, entre outros meios.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 151 mil pessoas, com casos registados em mais de 137 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.
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