Segundo a tutela, a zona onde foram encontrados os peixes mortos tem um quilómetro de extensão e, apesar de não estar classificada como zona balnear, é usada como tal.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) enviou ao local uma equipa de fiscalização há uma semana (06 de julho), depois de a autarquia ter alertado para a existência de centenas de peixes mortos nas praias dos Moinhos e do Samouco, em Alcochete.
A equipa da APA recolheu "amostras de efluente da ETAR de Alcochete, cujo emissário descarrega ao largo deste local", e de "água superficial do Estuário, cujos resultados ainda não são conhecidos", esclareceu o Ministério.
A APA contactou o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que esteve igualmente no local e confirmou que os peixes se encontravam mortos, "com sinais de decomposição, numa extensão de cerca de um quilómetro de margem do Estuário".
Foi também contactada a GNR/SEPNA, que no passado domingo esteve no local e não observou novos peixes mortos, acrescenta o Ministério do Ambiente na resposta enviada à Lusa.
Quando denunciou o caso, o presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, disse que além dos peixes mortos tinham surgido "espumas pouco habituais" nas praias do concelho e que um caso idêntico já tinha acontecido no início do ano.
Na altura, apesar de não estarem apuradas as causas, o autarca disse que, "de acordo com testemunhos não oficiais”, o caso pode atribuir-se a uma alegada “descarga a norte do rio Tejo”.
Fernando Pinto sublinhou que o estuário do Tejo está em fase de recuperação, pelo que este tipo de tipo de acontecimentos “são sempre motivo de preocupação”.
A poluição do Tejo tem sido este ano alvo de várias denúncias por parte de associações ambientalistas, que criticam as descargas de diferentes unidades industriais.
O Governo aprovou este mês, em Conselho de Ministros, o Plano de Ação Tejo Limpo, para aprofundar o conhecimento da situação real da bacia hidrográfica do rio de forma a evitar episódios de poluição no futuro.
O Plano de Ação Tejo Limpo representa um investimento de 2,5 milhões de euros e é a terceira fase de uma estratégia que tem vindo a ser levada a cabo desde o início do ano, depois do “fenómeno agudo de poluição” registado em 24 de janeiro no rio Tejo e de “muitos outros que o antecederam”.
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