O avião, fretado pelo Governo francês, e que partiu na quinta-feira de Portugal, rumo a Paris, tendo chegado hoje a Wuhan, no centro da China, após uma segunda paragem em Hanói, irá partir um dia depois do previsto inicialmente.

Os portugueses que vão ser retirados confirmaram à Lusa que já estão reunidos no consulado francês em Wuhan, a partir de onde serão transportados, junto com outros 350 cidadãos europeus, a maioria franceses, para o avião, um Airbus A-380.

O Governo português já tinha revelado na sexta-feira que as autoridades chinesas deram luz verde à partida do avião. A Comissão Europeia ativou na terça-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido de França.

A China elevou hoje para 259 mortos e quase 12 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Além do território continental da China e das regiões semiautónomas chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com onze milhões de habitantes, que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido.

A quarentena foi, entretanto, alargada a mais quinze cidades, próximas de Wuhan, afetando, no conjunto, mais de 50 milhões de pessoas.

Nos últimos dias, diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China. Rússia, Coreia do Norte e Vietname encerraram as fronteiras com o país, enquanto alguns países pararam de emitir vistos para cidadãos chineses.

O Ministério da Saúde vai disponibilizar instalações onde os portugueses provenientes de Wuhan possam ficar em “isolamento profilático” voluntário. O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, serão as unidades a receber os portugueses que regressarem.