"Ninguém pode negar que é absolutamente indispensável manter as capacidades militares das Forças Armadas e modernizar os equipamentos disponíveis para corresponder aos compromissos assumidos", afirmou Azeredo Lopes.
O ministro da Defesa discursava na sessão solene da abertura do ano letivo no Instituto Universitário Militar, Lisboa, em que também se referiu a críticas recentes sobre um alegado menor empenho do Governo para com a NATO.
No âmbito da revisão da Lei de Programação Militar, (para entrar em vigor em 2018) está a ser preparado "um levantamento sério das necessidades e uma programação que contemple etapas e uma cronologia", num processo que é "complicado e moroso" mas que, disse, terá "resultados benéficos".
No atual contexto internacional, o ministério da Defesa "não deve estar apenas vocacionado para reagir a crises", defendeu, reforçando que "é indispensável" que as Forças Armadas estejam "munidas de forças, meios e organização capazes".
Em tom de balanço da atividade governativa, Azeredo Lopes assumiu alguns "aspetos de pendor menos positivo como a redução de fundos disponíveis e a não aprovação de determinados financiamentos".
A valorização "do exercício das funções na área da Defesa" implica por outro lado a "estabilidade dos estatutos e a manutenção dos efetivos", defendeu.
Na sua intervenção, o ministro da Defesa Nacional recusou "algumas teses serôdias e ignorantes sobre um menor empenho deste governo" para com a NATO.
"Bem pelo contrário. É demonstrável com facilidade que Portugal tem sido mais interventivo e tem participado mais com propostas concretas, procurando assim, tanto a defesa do interesse nacional como contribuir para que a NATO consiga cada vez com mais competência assegurar a nossa defesa e segurança", disse.
Prova disso, afirmou, foi a "importância e a visibilidade da posição portuguesa em relação a cada um dos três principais objetivos da Cimeira da NATO" em Varsóvia, em julho, durante a qual "Portugal, tal como outros Estados-membros a começar pelos EUA, insistiu no ponto de que se tratava não de prosseguir com uma escalada mas sim de concluir um processo de adaptação".
"Como o secretário-geral da NATO pôde resumir no final da Cimeira, é evidente que hoje a Rússia não é um aliado da NATO, mas também não é uma ameaça iminente ao espaço Euro-Atlântico, mesmo com o `ideal político´ que têm prosseguido".
O PSD criticou recentemente a opção do Governo de iniciar em 2017 a retração das forças portuguesas da missão da NATO no Kosovo e questionou se tal significava que existe um "pacto secreto" com o PCP e o BE, partidos que advogam a saída de Portugal da Aliança Atlântica.
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