Os idosos serão os mais afetados com o encerramento e, segundo o presidente da União de Freguesias da Póvoa de Santo Adrião e de Olival Basto, Rogério Breia, cerca de 180 pessoas levantam todos os meses as pensões naquela agência.

“Todos os dias há aqui filas de pessoas”, disse uma mulher que vive junto ao banco, questionando como é possível fecharem uma dependência bancária que tem “imensos clientes”.

Os clientes têm agora de se deslocar a outras agências e as mais próximas são no centro de Odivelas e em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures.

“O problema dos idosos deslocarem-se para Odivelas é complexo porque lá não têm estacionamento, a agência não é muito grande e têm muitas filas”, apontou Rogério Breia, lembrando que a de Loures “ainda é pior” por ser mais pequena e por ter degraus, o que pode ser um problema para os utentes “com problemas de locomoção”.

Também o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, está contra o fecho de mais uma agência do banco público no concelho, ainda mais num período em que a Caixa apresentou lucros superiores a 400 milhões de euros.

Depois de se reunir com representantes do banco, Hugo Martins explicou que a gestão da Caixa acreditava que aquele balcão não era “rentável”, o que na opinião do autarca é uma “visão meramente economicista, como se as pessoas fossem uma folha de ‘Excel'”.

Ainda assim, a freguesia vai manter o multibanco no exterior da CGD, embora não se saiba por quanto tempo, mas, o banco público mostrou-se disponível para colocar dois ATM em locais que a junta decidir.

O Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) afirmou ter sido apanhado de surpresa pelo fecho de 23 agências em Portugal continental.

A vice-presidente do STEC, Joana Carvalho, acredita que a qualidade de serviço vai piorar: “estas agências ao encerrarem vão obrigar a que as pessoas se concentrem noutras que já tinham poucos trabalhadores”.

Segundo o sindicato, os funcionários dos balcões que vão fechar serão colocados noutros espaços da Caixa.

Para o coordenador da Comissão de Trabalhadores do banco, Jorge Canadelo os motivos apontados pela gestão do banco para encerrar 23 agências prende-se com a falta de clientes, o crescimento do uso de serviços digitais e a ideia de que as pessoas não se importariam de fazer cerca de cinco quilómetros até à agência mais próxima.

Jorge Canadelo acusa a administração de se focar no “negócio bancário”.