Um dia depois do atentado que na quinta-feira matou 13 pessoas e feriu quase uma centena, em Barcelona, continua a haver muitos turistas que sobem e descem a via mais movimentada da cidade, mas quem conhece a zona sabe que está tudo diferente.
"Normalmente, numa sexta-feira à noite, há muito mais gente", disse Rachid, de Barcelona, que há dois anos trabalha no restaurante Habibi, em plenas Ramblas, e que teme que sábado a cidade ainda esteja ainda mais vazia.
Além da redução do número de pessoas a circular, Rachid sente o ambiente diferente: "está tudo calado, as pessoas estão mais tristes, não há motivação como antes".
Ali perto, um grupo insólito desce a avenida. Meia dúzia de estátuas humanas - um Shakespeare de bronze, uma Cleópatra dourada, entre outros - marcham Rambla abaixo, com um cartaz a dizer "não temos medo", em direção ao memorial em homenagem às vítimas.
Depois de furarem as várias camadas de gente que circunda o memorial - onde ao longo do dia se foram concentrando velas, peluches, mensagens de solidariedade, ebtre outros - mantêm-se em silêncio durante vários minutos, enquanto a Cleópatra coloca mais uma rosa encarnada no chão.
Pouco depois, ouve-se um aplauso, como tantos que se foram ouvido ao longo do dia.
Umas horas antes, um aplauso espontâneo dirigiu-se a um grupo de polícias que vigiava a multidão junto ao memorial.
Joe Thurnston, que é inglês, mas que há dois anos trabalha como guia turístico em Barcelona, protagonizou um dos aplausos mais efusivos, porque acredita que os Mossos d'Esquadra, como se chama a polícia catalã, "fizeram um ótimo trabalho".
"Eu estava aqui com um grupo de turistas e eles mandaram-nos embora imediatamente. Hoje foram muito queridos e ajudaram", disse, contando que os agentes mantiveram uma boa postura: "Temos de manter a segurança, mas podes ser humano".
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