Garantindo que, até maio, quando o movimento do independente Rui Moreira recusou o apoio do PS à sua recandidatura, esteve no executivo sempre com “lealdade” e “competência”, Pizarro disse que “o PS travou esta batalha eleitoral em condições terríveis” e não esquece o que aconteceu.

“Não esquecemos o que aconteceu a 06 de maio, quando alguém, que não fomos nós, rompeu um acordo que estava estabelecido”, sublinhou.

Segundo o socialista, o PS não procura desculpas para falhas que não foram cometidas pelos seus eleitos.

“É aliás esse reconhecimento que teve o resultado inequívoco nestas eleições”, sendo o PS o partido que tem “a maior subida em relação ao resultado anterior [alcançado em 2013]”.

Manuel Pizarro considerou que o PS teve hoje uma “recuperação notável”, quer em relação a 2013 quer em relação “ao que era expectável do início de maio de 2017”.

“Mais ainda: o PS suplanta no Porto aquilo que foram os resultados nas legislativas de 2015, que nos levaram ao Governo”, sublinhou.

O candidato, que entrou na sede de candidatura, na avenida dos Aliados, às 22:10, sendo recebido com aclamação, disse respeitar “em absoluto” os resultados eleitorais, que deram a vitória a Rui Moreira.

“Foi hoje o dia em que os portuenses foram às urnas e, como sempre aconteceu nesta cidade invicta, pátria de todas as liberdades, fizeram e escolheram o que o PS e eu próprio respeitamos em absoluto”, disse, saudando “todos os candidatos, sem exceção” e desejando “as maiores felicidades”.

Pizarro não deixou, porém, de “notar que do lado do vencedor continua a mesma acrimónia e crispação que marcou o percurso eleitoral”, criticando “os ataques mais violentos” que Moreira fez esta noite ao Governo.

“Parece que é triste o Porto estar dependente de um Governo que entregou à cidade a coleção Miró”, bem como “devolveu” as Águas do Douro e Paiva, entregou a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto aos municípios e “decidiu expandir a rede do Metro”, entre outras medidas, disse.

Segundo o socialista, “não vale a pena diabolizar o sistema democrático, espalhar ódio contra partidos, porque, afinal, o que verdadeiramente faz diferença no país é o Governo do PS, apoiado à esquerda, é verdade, mas sobretudo determinado em cumprir a palavra dada em todos os momentos”.

Manuel Pizarro prometeu que todos os eleitos pelo PS trabalharão nestes próximos quatro anos “com afinco e dedicação sem par, a favor do Porto”.

O socialista concluiu que “é nestes momentos, quando se ganha ou quando não se ganha, que ecoa em todos os espaços do PS a voz de Mário Soares”, quando afirmava “só é derrotado quem desiste de lutar”.