No voto de repúdio do BE que deu hoje entrada no parlamento - mas que será votado apenas no próximo período regimental de votações, dia 04 de novembro - os bloquistas recordam as declarações de quarta-feira de Wolfgang Schäuble, numa conferência em Bucareste, na Roménia.

"Assim, a Assembleia da República, reunida em plenário, expressa o seu repúdio pelas declarações ofensivas para Portugal proferidas pelo Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble", propõem os bloquistas.

Para o BE, "as declarações de Wolfgang Schäuble são graves por potencialmente afetarem negativamente as relações europeias e internacionais" de Portugal, facto que o "ministro das Finanças alemão certamente não ignora".

Em resposta aos jornalistas, o ministro das Finanças alemão afirmou que "Portugal estava a ser muito bem sucedido até ao novo Governo", sublinhando que depois das eleições, realizadas em outubro de 2015, o executivo de António Costa disse que não iria respeitar o que "o anterior Governo tinha acordado".

Na opinião dos deputados bloquistas, estas declarações "são também incompreensíveis no quadro das relações entre governos de igual legitimidade democrática, igualmente obrigados ao mútuo respeito institucional e diplomático".

"Esta não é a primeira vez que Schäuble se refere de forma crítica às opções políticas do parlamento e do governo português", recordam.

O BE remete para junho deste ano, quando o ministro das Finanças alemão "declarou mesmo que Portugal teria pedido um novo programa de resgate, afirmações que acabou por desmentir, e que o Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, caracterizou como ‘especulações' e ‘pressões'".