Catarina Martins falava aos jornalistas à porta do Hospital de Vila Nova de Gaia onde hoje se realizou um protesto de um grupo de 12 enfermeiros que foram admitidos nesta unidade hospitalar ao abrigo do plano de contingência e que foram dispensados um mês antes do prazo inicialmente estipulado.
Contactada pela Lusa, na passada sexta-feira, a administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, refere que a unidade de saúde contratou “24 enfermeiros através de concurso excecional a termo incerto, apenas para o período de contingência de inverno e simplificado, dada a urgência”.
“Contudo, o número de doentes com necessidade de internamento durante este período foi inferior ao previsto, tendo sido reajustado o número de camas”, que passou de 38 para 20, e, “tendo em conta a autorização da tutela”, foi decidido “reduzir o número de enfermeiros contratados para este efeito para 13, a partir do dia 12" deste mês.
O protesto de hoje contou também com a solidariedade de deputados do PCP, que questionaram já o Ministério da Saúde sobre este caso e sobre as medidas que o Governo pretende tomar para garantir a continuidade destes enfermeiros, considerando que respondem a necessidades permanentes deste centro hospitalar.
Também o BE apresentou uma proposta que será discutida na quinta-feira e votada na sexta-feira, no parlamento, que visa tornar permanentes as contratações feitas para o plano de contingencia da gripe.
“Esta semana há a possibilidade de fazer a opção política, que nós consideramos que é aquela que defende o Serviço Nacional de Saúde (SNS), de manter estes enfermeiros onde estão e onde são necessários”, afirmou Catarina Martins.
Aliás, segundo disse aos jornalistas, “as propostas do BE são duas — uma tem a ver com a abertura dos concursos para os médicos especialistas e a outra visa não deixar sair os enfermeiros que entraram ao abrigo do plano de contingencia da gripe, tornando permanentes os seus contratos”.
“Espero que o exemplo concreto que estes enfermeiros nos mostram sirva como um alerta político da necessidade que temos de manter estes profissionais e que esta semana seja tomada a boa decisão de tornar estes contratos permanentes”, frisou a dirigente do BE.
Na passada sexta-feira, a Ordem dos Enfermeiros denunciou também o despedimento deste grupo de profissionais de enfermagem pelo Hospital de Gaia, exigindo ao ministro da Saúde que “sejam tomadas medidas que respeitem a dignidade e segurança de todos”.
Em comunicado, a bastonária, Ana Rita Cavaco, afirmou que “o que se está a passar é inqualificável a todos os níveis”, acrescentando que estes enfermeiros foram contratados “há menos de um mês para assegurar o Plano de Contingência da Gripe”.
No decorrer do protesto de hoje, a dirigente sindical Fátima Monteiro comunicou aos enfermeiros que o Conselho de Administração do Hospital de Gaia marcou para sexta-feira uma reunião com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Segundo disse aos jornalistas, o encontro foi marcado para as 08:30.
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