O deputado José Soeiro revelou que o BE recebeu esta quinta-feira, 16 de maio, numa audição na Assembleia da República, um grupo de trabalhadores da comunidade sikh, de vários setores de atividade como a agricultura, restauração e das plataformas digitais, nomeadamente TVDE.
“É uma comunidade com cerca de 150.000 mil pessoas em Portugal já, que tem origem no Punjabi, na Índia. É uma religião bastante pacífica e que tem sido alvo de difamação pela extrema-direita. André Ventura tem publicado vídeos a dizer que os membros da comunidade sikh são uma ameaça por transportarem amuletos religiosos”, disse.
José Soeiro lembrou que os homens sikhs são religiosos, meditam e usam na sua maioria turbante laranja, usam barba comprida e o kirpan (uma adaga ou faca curva), um objeto sagrado, com significado religioso.
“Há uma fotografia que se tornou viral e que foi transformada num elemento de falsificação, de informações falsas e de instigar preconceitos contra a comunidade sikh por parte de André Ventura, dizendo que os membros da comunidade eram uma ameaça porque andavam armados nos transportes públicos o que constituía uma ameaça para as pessoas”, contou o deputado bloquista.
José Soeiro denunciou que estas afirmações do líder do Chega são “uma mentira, uma falsidade”, explicando que, na verdade, o kirpan é “um símbolo religioso que não pode ser usado para agredir ninguém”.
“Estão preocupados que a extrema-direita esteja a difundir essas informações falsas porque essas informações falsas tratam estas pessoas, que estão aqui a trabalhar, como se fossem uma ameaça à segurança nacional, à segurança coletiva e são muito graves porque são formas de criar insegurança”, afirmou.
De acordo com os relatos que ouviu na audição, José Soeiro contou que lhe disseram “que já têm sentido o preconceito que resulta dessa difamação da extrema-direita e que são vítimas, porque é normal muitas pessoas desconhecerem o que representam os símbolos religiosos da religião sikh”.
“A partir desse desconhecimento, se houver quem tente transformar esse desconhecimento numa desconfiança e num ódio, tratando-os como uma ameaça aos portugueses, claro que depois eles próprios vão sofrer consequências desse discurso de ódio. E há uma preocupação que eles têm sobre a insegurança que é criada por esses preconceitos, que depois de traduz, às vezes em ações”, alertou.
José Soeiro acrescentou também que a comunidade sikh se encontra integrada na sociedade, professa uma religião pacífica “que tem como princípios a oração, a meditação” e que são pessoas que “trabalham muito”, descontando para a segurança social e que pagam os seus impostos.
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