“A resposta não é na mesma moeda, porque não é. Do que se trata é de colocar boa moeda nos mesmos instrumentos e não um mecanismo de criação de ódio ou de fechamento”, afirmou, pedindo a opção por “conteúdos de qualidade”.

Falando no Porto, numa sessão do Fórum Socialismo 2019 (‘rentrée’ política bloquista) sobre o tema “Eles andam por aí nas redes sociais: A nova direita”, o também conselheiro de Estado assinalou o crescente recurso da direita e da extrema-direita às redes sociais para distorcer a realidade.

São, disse, “mecanismos de contaminação” que “criam um senso comum explorando preconceitos, fomentando o ódio”.

O cofundador do Bloco de Esquerda citou o caso da atual coordenadora do partido, Catarina Martins, como uma das visadas na “estrutura de criação de crenças” nas redes sociais, quando lhe foi atribuída a compra de um relógio de dois milhões de euros, num ‘post’ que suscitou mesmo a defesa do julgamento da dirigente partidária no tribunal de Nuremberga.

Mas, ironizou, “os mecanismos deste tipo de campanhas de sujas, sobretudo em campanha eleitoral, não passam só por entusiasmar a gente que está à espera da morte desses trastes no cadafalso de Nuremberga”.

“É também para atrapalhar, fazer perder tempo aos que sabem que isso não tem interesse nenhum e apenas desconcentra”, frisou.

Durante a sua comunicação, Francisco Louçã considerou que “um dos aspetos mais preocupantes que vivemos nos últimos anos é a forma particular de relação entre os antigos meios de comunicação social, que ainda são muito poderosos, e estes mecanismos de contaminação identificação emocional criados nas redes sociais”.

Isto porque, como assinalou, a velocidade de transmissão das mensagens nas redes sociais funciona “como fator de enorme pressão sobre jornalistas, para os fazer publicar notícias em corrida contra essas redes sociais, sem o contexto da informação e a reflexão que uma notícia exige, ou até para serem enganados” por elas.

“É como se determinada coisa que acontece nas redes sociais tivesse de ser tomada como um sintoma significativo do que a sociedade está a pensar”, comentou.

O Fórum Socialismo 2019 decorre até sábado no Porto, sendo marcada pela realização de meia centena de debates e que encerra com um comício em que discursa a coordenadora do partido, Catarina Martins.

A emergência climática, a gestão do Serviço Nacional de Saúde, as “encruzilhadas à esquerda”, as questões laborais, as rendas da energia, a cultura ou o feminismo são alguns dos destaques do programa do Fórum.

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