“Neste preciso momento existem várias urgências hospitalares com sérios constrangimentos ou sem capacidade de funcionamento. Para além disso, vários hospitais já alertaram que nas próximas semanas outros serviços, como a medicina interna ou a cirurgia, podem interromper a sua atividade”, refere o BE no requerimento a que deu entrada hoje no parlamento.
Segundo os bloquistas, “a situação é muito grave, insustentável e pode piorar substancialmente nas próximas semanas”, atribuindo a responsabilidade da situação ao Ministério da Saúde e ao Governo.
“O Ministro da Saúde não pode continuar a esconder-se atrás do diretor executivo do SNS e não pode continuar a sacudir as responsabilidades como quem sacode água do capote. Tem de dar a cara pela gravíssima situação que se vive que tem sido criada por si e pelo Governo do PS”, defende o BE.
Com o objetivo que Manuel Pizarro preste todos os esclarecimentos sobre “a grave situação nas urgências hospitalares”, o BE requereu a audição urgente do ministro da Saúde no parlamento.
“A forma como esse mesmo Governo tenta lidar com o problema das urgências no SNS é, aliás, paradigmática da total responsabilidade do PS na degradação acelerada desta e de outras respostas”, critica.
Nas últimas semanas o BE requereu a audição de Pizarro por outros problemas na saúde, por exemplo sobre a demissão de seis obstetras do Hospital de Santa Maria ou sobre obstáculos ao aborto no SNS.
Na sexta-feira, o ministro da Saúde admitiu que existe o risco de algumas urgências fecharem devido à recusa dos médicos fazerem horas extras além das 150 obrigatórias, mas assegurou estar a trabalhar para garantir o normal funcionamento destes serviços.
“Desde sempre, o funcionamento dos serviços esteve dependente, como está hoje, da disponibilidade dos médicos para realizarem o trabalho extraordinário, esse risco evidentemente eu não posso dizer que não existe”, disse Manuel Pizarro que falava à margem do Global Health Fórum.
Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) avisou, nesse dia, que se acumulam “episódios dramáticos, com mais de duas dezenas de hospitais em risco de ficarem sem serviços de urgência”, sendo mais de 1.500 médicos que, em todo o país, entregaram as declarações manifestando indisponibilidade para fazer mais do que o limite legal de 150 horas suplementares por ano.
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