A proposta, que vai ser discutida na reunião pública da autarquia agendada para quarta-feira, prevê “a implementação de uma rede municipal de entregas locais para apoio aos mercados municipais e aos pequenos comerciantes, dotando-se dos recursos humanos necessários para o efeito”.
O objetivo é modernizar as entregas dos mercados municipais, “levando-as a mais casas e assegurando o distanciamento social ainda necessário”, de acordo com uma nota do gabinete do vereador com o pelouro dos Direitos Sociais, Manuel Grilo.
"A proposta do Bloco centra-se em três pontos: um serviço público de entregas, apoio aos comerciantes na utilização de ferramentas informáticas e um apoio às tesourarias, tão necessário depois de dois meses sem faturação", refere Manuel Grilo, citado na nota.
Salientando que por toda a cidade se veem motas e bicicletas “com precários mal pagos a levar comida e bens onde são necessários”, o vereador do BE defende que a autarquia precisa de “acompanhar esta onda, mas de outra forma”.
“Precisamos de expandir a presença dos produtos frescos dos nossos mercados, chegando a quem não consegue ir aos mercados, mas garantindo que quem faz as entregas tem um vínculo público, condições laborais dignas, assim como um salário garantido", preconiza.
Com esta medida, defende o BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS, será possível alargar um serviço que já é fornecido por alguns mercados da cidade, “mas que, com apoio da Câmara Municipal de Lisboa, tem possibilidade de se estabilizar e expandir para todas as 24 freguesias”.
Na proposta que será discutida na quarta-feira, a que a Lusa teve acesso, está ainda previsto apoiar, em conjunto com as Juntas de Freguesia, os pequenos comerciantes na utilização de ferramentas informáticas e soluções ‘web’ para as encomendas e a criação de um programa de apoio de tesouraria para estes pequenos negócios.
Com o apoio à tesouraria do pequeno comércio e a literacia informática dos comerciantes, o serviço de entregas poderá, no futuro, ser alargado a outras áreas, como as “Lojas com História” e as livrarias independentes, defende o BE na nota.
Na proposta, Manuel Grilo salienta que a crise social provocada pela pandemia de covid-19 “poderá ser arrasadora e revelar dados preocupantes a nível da fome” e, ao mesmo tempo, colocou produtores e vendedores de produtos alimentares em grandes dificuldades para escoar os seus produtos, quer pelas regras do confinamento, quer pelas dificuldades financeiras das famílias.
“É este o tempo de assegurar uma rede municipal de distribuição destes produtos, reconhecendo a importância dos mercados através do apoio e intervenção na modernização destes pequenos comerciantes, permitindo a entrega de produtos frescos de qualidade de forma reinventada, com encomendas 'online', ‘mbway’ ou mesmo uma rede de entregas locais”, lê-se no documento.
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