“As gerações mais jovens têm-se levantado [pelo combate às alterações climáticas] um pouco por todo o mundo, e cheias de razões, mas não basta dizer-lhes que têm razão e que queremos combater, é mesmo preciso passos concretos. E o passo mais rápido, mais eficaz, e que está ao alcance do nosso país, é aumentar a oferta de transportes coletivos e fazer o caminho para a gratuitidade dos passes em todo o país”, afirmou Catarina Martins.

A líder do Bloco de Esquerda (BE) falava aos jornalistas no Cais de Sodré, em Lisboa, pouco depois de ter feito a travessia do Tejo no cacilheiro das 09:20, que partiu de Cacilhas, em Almada.

Catarina Martins explicou que o motivo da ação de campanha foi para “chamar a atenção” para a “absoluta necessidade de mais transportes coletivos nas suas diversas formas” e para garantir que estes são “melhores, mais eficientes, mais confortáveis” e sirvam “melhor a população, nas áreas metropolitanas e em todo o país”.

“Precisamos de mais barcos, e de barcos com melhor qualidade, mas precisamos de mais comboios, de mais autocarros, precisamos de ter transportes coletivos que se adaptem à transição energética (…) e o investimento nos transportes coletivos – não só nas áreas metropolitanas, mas também fora das áreas metropolitanas – tem de ser um compromisso da próxima legislatura”, frisou.

Catarina Martins defendeu também a necessidade de se “fazer um caminho para a gratuitidade dos passes”, de forma a fazer com que “a norma seja o transporte coletivo e não o carro individual”.

“Só dessa forma é que conseguimos reduzir as emissões, alcançar objetivos de neutralidade carbónica e responder ao grande desafio do mundo neste momento, que é as alterações climáticas”, disse.

A líder bloquista considerou também que as duas medidas seriam importantes para a “economia portuguesa, porque Portugal não tem petróleo e não terá”, defendendo que o país não precisa “de uma dívida externa que aumenta com o uso dos combustíveis fósseis”.

“E, portanto, por todas as razões, para poupar e aliviar os rendimentos de todas as famílias, para, do ponto de vista económico, Portugal ficar mais sólido e menos dependente do exterior e para darmos esse passo fundamental de combate às alterações climáticas, o caminho para mais transportes coletivos e para a gratuitidade dos passes é um caminho urgente e que nós achamos que está ao alcance da próxima legislatura”, disse.

A líder bloquista afirmou ainda que valoriza “muito o percurso” feito entre 2015 e 2019 — onde o BE apoiou o Governo do PS –, relembrando que, em 2015, “a direita estava no caminho da privatização da Carris, do metro, da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP)” e “os passes tinham sofrido um enorme aumento”.

“Parecia impossível ter uma política diferente e não foi. Houve a força suficiente para reverter as privatizações dos transportes coletivos e houve a força suficiente para baixar muito significativamente o preço dos passes. E, quando o fizemos, aliviámos a carteira de milhares de famílias em Portugal”, frisou.

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