De acordo com um requerimento hoje divulgado, na audição parlamentar de terça-feira, “as respostas dadas pelo Conselho de Administração da Lusa apontam para a necessidade de obter esclarecimentos da parte do Governo, designadamente do Ministro das Finanças, Fernando Medina”.
“Nas suas declarações, o presidente do Conselho de Administração da Lusa admitiu ter contactado o Ministério das Finanças sobre a negociação em curso, e esclareceu que não poderá avançar nas mesmas enquanto não obtiver orientações por parte da tutela sobre os valores em causa e sobre a aplicação da atualização salarial de 1% ao setor empresarial do Estado, anunciada pelo Ministro das Finanças no dia 27 de março”, referem os bloquistas.
Para o BE, depois desta audição de Joaquim Carreira “cabe agora ouvir os esclarecimentos do Ministério das Finanças sobre o financiamento necessário para atualizações salariais na Lusa”, uma audição de Fernando Medina que é pedida com caráter de urgência.
“O subfinanciamento da agência Lusa tem sido uma prática reiterada há longos anos, que afeta os seus trabalhadores e o serviço público. A Lusa, como única agência de notícias pública, presta ao Estado Português um serviço de interesse público fundamental à informação dos cidadãos”, sublinha o BE.
No requerimento, assinado pela deputada Joana Mortágua, é ainda enfatizado que “a Lusa garante a circulação democrática e plural da informação noticiosa, sem a interferência de grandes grupos económicos, e, como tal, exige-se que o Estado assuma as suas responsabilidades”.
Os trabalhadores da Lusa estiveram em greve entre os dias 30 de março e segunda-feira, tendo o serviço da agência sido restabelecido às 00:00 de segunda-feira depois de ter sido interrompido às 14:15 de dia 30 de março.
Na audição parlamentar de terça-feira, o presidente da Lusa defendeu ainda a revisão do contrato de prestação de serviço público, nomeadamente sobre os objetivos contemplados, e que a empresa precisa “de mais”, tendo em conta o nível de serviço que presta.
No dia em que os deputados da comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto aprovaram esta audição, tinha sido chumbada já a audição do ministro das Finanças, Fernando Medina, proposta pelo BE, e a do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, requerida por bloquistas e Chega.
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