“Somos um conjunto de pessoas que claramente querem outro ritmo, outras decisões e outras prioridades políticas para a cidade, um conjunto de pessoas que querem na história do Porto, pela primeira vez, uma presidente no feminino”, afirmou hoje Bebiana Cunha.
Na apresentação da sua candidatura às eleições autárquicas, a líder parlamentar e deputada do PAN na Assembleia Municipal do Porto salientou que o partido quer “apoiar e promover uma democracia participativa no Porto” e que para tal precisa de “mais força” e “mais representação”.
“O PAN tem feito ao longo de quatro anos uma maratona na assembleia municipal de propostas, de intervenções, formais e informais, com uma só representante, mas precisamos de ter mais força, mais representação na assembleia municipal e no executivo municipal”, salientou.
Enumerando algumas das que são as principais ideias do PAN para o Porto, Bebiana Cunha salientou a necessidade de existirem respostas habitacionais, “uma das maiores preocupações” do partido e para a qual defende a criação de um conselho municipal de habitação.
“Ouvida a apresentação do atual executivo, nem uma palavra sobre habitação. Isto só nos pode preocupar porque o acesso a habitação é uma das nossas maiores preocupações”, criticou, defendendo ser necessário apostar num espaço público “para todos”.
“Sabemos o que não queremos: o continuar de uma política em que a empresa municipal de habitação se assume como assistencial ao mesmo tempo que especula os preços das rendas e que surge como carro vassoura depois da degradação”, afirmou.
Defendendo que não é com a criação de mais estabelecimentos comerciais que se “resolvem os problemas sociais do Porto”, Bebiana Cunha disse ser necessário implementar espaços verdes de proximidade, espaços caninos de proximidade e policiamento de bairro.
Em matéria de turismo, a candidata afirmou que o Porto precisa de “estimular a economia local a longo e médio prazo” e “apostar num turismo de qualidade e responsável”, propondo para isso “um pelouro especificamente para o efeito”.
“A Câmara Municipal tem de ter um papel regulador, tem de ter um papel proativo de políticas de planeamento e de gestão da cidade e não apenas correr atrás do prejuízo”, afirmou.
A criação de um plano de gestão do estuário do Douro, de um observatório da biodiversidade do município e de um atlas de risco municipal para responder e combater as alterações climáticas são outras das propostas de Bebiana Cunha para o Porto.
A par disso, a candidata defendeu também a criação de mais zonas pedonais na cidade e da redução da velocidade para 30 quilómetros hora para “prevenir acidentes e promover uma condução mais responsável”.
Bebiana Cunha salientou também a necessidade de na cidade existir um “plano municipal de esterilização” para controlar a população de gatos, defendendo que nesta matéria “continuam a ser os munícipes e as associações a fazê-lo a expensas próprias”.
À Câmara do Porto são já conhecidas as candidaturas de Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Vladimiro Feliz (PSD), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), António Fonseca (Chega), Bruno Rebelo (Ergue-te) e a recandidatura do independente Rui Moreira.
A Câmara do Porto é liderada pelo independente Rui Moreira, cujo movimento elegeu sete mandatos nas autárquicas de 2017, aos quais se somam quatro eleitos do PS, um do PSD e um da CDU.
As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.
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