A decisão foi tomada numa reunião interministerial realizada depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) ter confirmado, também hoje, “um possível vínculo” da vacina anglo-sueca a casos raros de coagulação sanguínea reportados em algumas das pessoas inoculadas, considerando, porém, que os benefícios superam os riscos dos efeitos secundários.
“Com base em pareceres científicos recentes, os ministros da saúde belgas decidiram substituir (a vacina) AstraZeneca por outras para pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos. Para as pessoas com 56 anos ou mais, todas as vacinas continuarão a ser administradas”, indica a declaração das autoridades sanitárias belgas, que estão a seguir os passos de vários outros países.
Num comunicado, o regulador europeu indicou hoje ter encontrado “uma possível relação [entre a vacina da AstraZeneca] com casos muito raros de coágulos de sangue incomuns com plaquetas sanguíneas baixas”, mas “confirma que o risco-benefício global permanece positivo”.
Em concreto, o comité de segurança da EMA concluiu hoje que coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas “devem ser listados como efeitos secundários muito raros da Vaxzevria”, nova denominação da vacina da AstraZeneca, tendo em conta “todas as provas atualmente disponíveis”, acrescenta o regulador, numa alusão à investigação realizada nas últimas semanas.
Notando que a covid-19 está “associada a um risco de hospitalização e morte”, a agência europeia adianta que “a combinação notificada de coágulos e plaquetas sanguíneas baixas é muito rara”, pelo que “os benefícios globais da vacina” da AstraZeneca “superam os riscos de efeitos secundários”.
Segundo a EMA, foram registados 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose venosa esplâncnica até 22 de março, bem como 18 mortes, num universo de cerca de 25 milhões de vacinados na UE, Espaço Económico Europeu e Reino Unido.
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