“A Bielorrússia vai aplicar uma lista de sanções em resposta (às da União Europeia) a partir de hoje”, avançou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, em comunicado, acrescentando que a lista não será tornada pública.
O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, não foi pessoalmente alvo das medidas europeias.
Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) chegaram hoje, de madrugada, a acordo sobre a aplicação de sanções aos repressores na Bielorrússia.
“Concordámos hoje implementar as sanções que já tínhamos definido”, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falando aos jornalistas no final do primeiro dia da cimeira extraordinária dedicada à Bielorrússia e à crise no Mediterrâneo oriental, em Bruxelas.
“É um importante e claro sinal de que somos credíveis, […] que será concluído amanhã [hoje, sexta-feira] através de um procedimento por escrito para implementar as sanções à Bielorrússia, numa lista com cerca de 40 nomes” de pessoas ligadas às ações de repressão, acrescentou Charles Michel.
O objetivo da UE é que “as pessoas da Bielorrússia tenham o direito de decidir o seu próprio futuro”, adiantou.
A Rússia também reagiu hoje ao anúncio de Bruxelas, considerando que as sanções contra Minsk são “uma prova de fraqueza e não de força” por parte dos europeus.
“É sabido que, de maneira geral, consideramos má a política de sanções”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ressalvando que é “positivo” que Lukashenko não seja pessoalmente alvo das medidas europeias.
Estas sanções, aplicadas a partir de hoje, congelam os bens na UE das pessoas em causa, que também estão proibidas de entrar no território da União.
As presidenciais de 09 de agosto na Bielorrússia deram a vitória a Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, atribuindo-lhe 80% dos votos e 10% à sua principal rival, Svetlana Tikhanovskaya.
As eleições foram, no entanto, consideradas fraudulentas, sendo contestadas pela oposição e não reconhecidas pela UE e, desde então, têm-se multiplicado as manifestações nas ruas da Bielorrússia, apesar das repressões das autoridades.
Comentários