“A Bielorrússia está pronta para o diálogo construtivo e objetivo com os parceiros estrangeiros sobre todas as questões ligadas aos acontecimentos desde a campanha eleitoral”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado após uma conversa telefónica entre o chefe da diplomacia bielorrussa, Vladimir Makeï, e o seu homólogo suíço, Ignazio Cassis.
“A conversa [com o ministro da Suíça] centrou-se na discussão sobre as eleições presidenciais no nosso país e a situação atual”, refere a nota de Vladimir Makei difundida pela agência de notícias estatal bielorrussa Belta.
Segundo o documento, Mekei demonstra a disponibilidade de Minsk para um “diálogo construtivo e objetivo” com os parceiros internacionais da Bielorrússia sobre todos os assuntos relacionados com os acontecimentos no país “durante e depois da campanha eleitoral”.
Organizações de direitos humanos da Bielorrússia denunciaram na quinta-feira vários abusos e torturas contra detidos nas manifestações de protesto antigovernamentais registadas no país desde a noite de domingo.
Doze organizações, entre elas a Viasna, o Comité Helsínquia e a Associação dos Jornalistas da Bielorrússia exigiram a libertação de todos os detidos e a abertura de uma investigação sobre maus tratos e atos de tortura.
De acordo com o Ministério do Interior, cerca de sete mil pessoas foram presas desde domingo após o momento em que as autoridades anunciaram a vitória de Alexander Lukashenko nas eleições presidenciais com mais de 80% dos votos.
A oposição ao regime exige o fim da repressão, a libertação dos presos políticos e a repetição das eleições presidenciais que diz terem sido marcadas por fraudes e irregularidades.
Hoje, os manifestantes bielorrussos voltaram a organizar manifestações pacíficas em várias cidades do país e os trabalhadores de várias fábricas iniciaram greves em solidariedade para com os detidos.
Também hoje, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia realizam uma reunião extraordinária, por videoconferência, na qual vão discutir a estratégia comum de resposta à repressão violenta contra as manifestações na Bielorrússia após as eleições presidenciais de domingo.
Apesar de os chefes de diplomacia europeia terem uma reunião informal agendada para 27 e 28 de agosto, em Berlim, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, decidiu na quarta-feira convocar este Conselho extraordinário, face ao agravamento da repressão pelo regime de Alexander Lukashenko das muitas manifestações que têm ocorrido um pouco por todo o país ao longo da semana a contestar os resultados eleitorais, que já levou a milhares de detenções e a pelo menos duas vítimas mortais.
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